CAPÍTULO 1
VORTEX
Era
o momento da decisão. Os Death Eaters estavam ou mortos ou capturados. Estavam
somente Harry e Voldemort, preparando-se para lançarem os seus feitiços finais,
com toda a força de que ainda dispunham, depois daquela feroz batalha que
custara as vidas de várias pessoas de ambos os lados. Remus, Tonks, Moody,
Fred, Lilá e Colin, entre outros. Os bruxos das Trevas também sofreram pesadas
perdas, com a morte de Bellatrix, Greyback, Thicknesse, Crabbe, McNair e vários
outros Death Eaters.
Cansados,
cheios de escoriações, equimoses e cortes, o Lorde das Trevas (agora sem suas
preciosas Horcruxes para protegê-lo), portando a Varinha das Varinhas e o “Menino-Que-Sobreviveu”,
empunhando a varinha que tomara de Draco Malfoy durante o confronto na Mansão
Malfoy, em Wiltshire, colocaram-se em posição de combate e, partindo para o
tudo ou nada, lançaram seus feitiços.
_AVADA
KEDAVRA! _ bradou o Lorde, enquanto sua varinha disparava um mortal
raio verde.
_EXPELLIARMUS!
_ Harry contra-atacou, sabendo que a Avada Kedavra não o mataria, pois a
proteção gerada pelo sacrifício de sua mãe voltara a ter força.
Todos
esperavam que, mesmo as varinhas não sendo irmãs, ocoresse algum tipo de
ressonância semelhante àquela que já ocorrera três anos antes. Mas ninguém
poderia prepará-los para o que aconteceu.
Quando
o raio escarlate do feitiço de Harry encontrou-se com o raio verde lançado por
Voldemort, um luminoso globo branco formou-se e começou a crescer, envolvendo
os dois bruxos, ocultando-os da vista de todos e, logo em seguida, implodindo e
deixando ver somente o terreno vazio no qual os dois haviam estado.
_Mas
o que houve? _ perguntou Hermione.
_Não
faço a menor ideia. _ disse Rony _ Só sei que tanto Harry quanto Voldemort
desapareceram sem deixar vestígios.
_Não...
não p-pode ser. _ balbuciou Gina, vendo que seu namorado desaparecera, junto
com o Lorde das Trevas _ Para onde podem ter ido?
_Ou
ambos se destruíram. _ disse Draco, que se aproximara do local, enquanto os
Aurores manietavam e recolhiam os Death Eaters remanescentes. Lucius e Narcisa
foram deixados de lado, pois não representavam mais nenhum tipo de perigo. O
bruxo loiro não passava de uma sombra do que já fora.
_Cale
a boca, Malfoy! _ exclamou Neville _ Se eles tivessem se destruído, algum sinal
haveria de ficar.
_Transporte...
_ murmurou Luna Lovegood.
_O
quê, Srta. Lovegood? _ perguntou Minerva McGonnagall.
_Transporte.
Só não sei para onde... ou quando. _ respondeu a loirinha.
Muitos
pensavam que era somente mais uma das excentricidades de Luna, mas alguns
bruxos mais experientes e poderosos sabiam do que ela falava e concordavam com
ela. Harry e Voldemort não haviam se destruído, apenas não estavam mais ali.
Mas
onde estariam? Ou quando estariam? Será que eles mesmos sabiam?
Quando
o globo luminoso os envolveu, ambos ficaram paralisados e começaram a sentir
que tudo girava ao seu redor, semelhante à sensação de viajar com uma Chave de
Portal, só que bem mais intensa. Quando ela cessou, os dois ainda estavam
frente a frente, mas algo estava diferente.
Para
começar, Voldemort não mais empunhava a Varinha das Varinhas. E ao enfiar a mão
no bolso das vestes, à procura de sua velha varinha de teixo e cerne de pena de
Fênix, aquela também não se encontrava mais lá. Em compensação, Harry ainda
tinha a sua varinha atual.
_O
que você fez com minha varinha, moleque dos infernos?
_Sei
lá da sua varinha. _ respondeu Harry _ Primeiro vou esperar que o mundo pare de
rodar e rezar para que eu não vomite.
O
garoto respirou fundo e esperou que a tontura e a náusea passassem. Enquanto
isso, Voldemort fazia a mesma coisa, pois também estava tonto e enjoado.
_Concordo
com você. _ disse Voldemort _ Meu estômago parece que quer dar um passeio fora
do meu corpo. Alguma ideia do que aconteceu, Harry Potter?
_Nenhuma,
Voldemort. Aliás, onde estamos?
_Estamos
em Hogwarts, no mesmo local em que estávamos duelando. Mas algo está diferente.
_Tem
razão, é o pátio frontal de Hogwarts. Mas para onde foram todos, os Death
Eaters, os bruxos da Ordem da Fênix, as criaturas, tudo o mais e... veja, está
tudo inteiro!
_Deveria
estar tudo destruído, cheio de destroços, depois da batalha. _ disse Voldemort,
enquanto olhava em volta _ Mas não sei se a situação e melhor. Olhe à nossa
volta.
Harry
olhou e seu queixo quase caiu com o que viu.
Guaritas,
veículos militares antiquados que não eram ingleses, espalhavam-se em meio à
neve. Para sorte dos dois, o frio mantinha dentro das guaritas quem quer que as
ocupasse. Na entrada do castelo, duas bandeiras que cobriam a frente, quase até
a porta principal, uma branca com um símbolo que representava um triângulo
equilátero com um círculo inscrito, cortado longitudinalmente por uma reta que
se prolongava até o vértice superior do triângulo. O símbolo das Relíquias da
Morte, o símbolo de Grindelwald. A outra bandeira era vermelha, com um círculo
branco no centro. Mas o pior era a figura dentro do círculo.
Uma
suástica destrógira, de cor preta.
Passado
o susto inicial, os dois inimigos mortais perceberam que a situação deveria ser
analisada com cuidado e que deveriam esquecer, ao menos temporariamente, suas
sérias diferenças e trabalharem juntos, se quisessem sobreviver. Principalmente
porque começaram a ouvir vozes que se aproximavam. E elas falavam em Alemão.
_Vamos
sair daqui antes que nos vejam, Voldemort.
_De
acordo, Harry Potter. Deixemos para resolver nossos problemas mais tarde.
Salvar nossas peles é mais importante, no momento.
_Por
sorte conhecemos várias passagens secretas. Tentaremos chegar a um lugar
seguro, se é que há algum.
Os
dois saíram dali e foram em direção a uma entrada pouco conhecida, que era
utilizada por elfos domésticos, enquanto as vozes em Alemão aproximavam-se.
Mas, antes que fossem avistados...
_Ici, vite! Aqui, depressa! _ disse uma
voz com sotaque francês.
Os
dois bruxos olharam na direção de onde vinha a voz e viram que pertencia a um
rapaz loiro, de uns dezessete anos. Correram para o lugar onde ele estava,
entraram e ele fechou a porta.
Foram
conduzidos por um labirinto de corredores, até chegarem ao sétimo andar, em
frente à tapeçaria de Barnabás, o amalucado.
_A
Sala Precisa. _ murmurou Harry, enquanto a porta mágica aparecia e eles
passavam por ela. Em seguida, a porta desapareceu.
No
interior da Sala Precisa, um grupo de alunos de várias séries reunia-se, à
volta de um rádio de ondas curtas trouxa. Através dele, ouviam as notícias do
mundo. De repente, um dos alunos levantou-se e veio em direção a eles. Daquela
vez, tanto Voldemort quanto Harry ficaram boquiabertos.
O
aluno era... Tom Marvolo Riddle.
_Bom
dia. Eu sou Tom Riddle. E vocês, quem são?
_M-meu
nome é Potter. Harry Potter. _ disse Harry, mal contendo a surpresa.
_E
o senhor? _ perguntou ele, dirigindo-se a Voldemort.
_Vold...
Moldov. Mariel Dort Moldov. _ disse o Lorde das Trevas, rapidamente criando um
outro nome, a partir de um anagrama do seu próprio.
_E
de onde vieram? Como foi que conseguiram passar pela guarnição? _ perguntou um
aluno loiro, mas não o que os conduzira.
_É
uma história longa e meio complicada. _ disse Harry _ E ainda tenho de
organizar as idéias, pois eu mesmo não estou entendendo muito bem.
_Pode
me dizer o que faz uma guarnição Nazista aqui em Hogwarts, Tom? _ perguntou
Voldemort.
_Também
é uma longa história, Mariel. _ disse Tom, girando entre os dedos uma varinha.
Sua velha varinha de teixo _ Vamos tomar um café, enquanto eu lhes conto tudo.
Ainda bem que a Sala Precisa nos fornece o que precisamos.
Enquanto
tomavam fumegantes xícaras de café, Harry reconheceu alguns dos alunos, os
quais só havia visto em fotos.
_Qual
sua idade, Tom? _ perguntou Harry.
_Estou
com dezessete anos. _ respondeu o jovem.
_Então
este deve ser o ano de 1943. _ disse Harry, admirado.
_Sim,
é janeiro de 1943. Mas por que a surpresa?
_Faz
parte da nossa longa história. _ disse Voldemort _ Como foi que eles
conseguiram chegar até aqui?
_Tem
tudo a ver com as artimanhas de Hitler e seu maldito conselheiro bruxo,
Grindelwald. _ disse Tom _ Toda a Europa acreditava que o baixinho só estava
fazendo barulho, ignorando seu papel de apoio a Franco durante a Guerra Civil
Espanhola.
_A
Legião Condor e o bombardeio de Guernica. _ disse Harry, lembrando-se dos
livros de história trouxa _ Se as nações européias tivessem aberto seus olhos a
tempo, Hitler e os Nazistas não teriam crescido tanto.
_Oui. _ concordou o loiro que os
conduzira, idêntico ao outro sentado ao seu lado _ Enquanto pensavam que a
Alemanha não era uma ameaça, Hitler foi transformando-a secretamente em uma
formidável máquina de guerre.
_Em
1939, a Polônia foi invadida. _ disse o outro loiro.
_Dia
01/09/1939, para ser mais exato. _ disse Voldemort.
_Isso
mesmo, Mariel. _ concordou uma garota de cabelos castanhos e olhos
cinza-esverdeados _ Só que quando a Inglaterra declarou guerra à Alemanha,
também foi invadida, logo no mesmo dia.
_Uma
esquadra, apoiada por uma flotilha de submarinos e uma divisão da Luftwaffe
desfechou um ataque, pegando a nação desprevenida. Em dois dias, estavam
chegando a Londres. _ disse Tom.
_Despejaram
milhares de paraquedistas, que prepararam o terreno para o desembarque das
tropas motorizadas. _ disse um jovem de cabelos negros, que tinha uma corrente
no pescoço, na qual havia uma medalha com um compasso e um esquadro _ Grande
parte do país é deles, agora. Mas nunca conseguiram conquistar tudo, inclusive
estão sendo forçados a recuar e perderam vários pontos de importância
estratégica, depois que a Resistência se organizou.
_A
Família Real é refém em uma gaiola dourada. _ comentou uma garota, de mãos
dadas com ele _ Exércem atividades diplomáticas, comparecem a solenidades, mas
tudo sob a estrita vigilância dos Nazistas.
_E
seu maior reforço é o exército de bruxos das Trevas de Grindelwald. _ disse
outra garota _ Ele é o Administrador da Grã-Bretanha, embora sempre haja
resistência.
_E
quanto a Dumbledore? _ perguntou Harry.
_Dumbledore
e a Ordem da Fênix são os principais responsáveis pela resistência bruxa, em
apoio às forças trouxas, lideradas por Winston Churchill e com Montgomery como
comandante de campo, responsável pelas operações, logo que o Parlamento foi
dissolvido. _ disse um jovem, bastante parecido com Sirius.
_Sim,
Orion, mas creio que muita coisa poderia ter sido evitada se os trouxas
tivessem um Primeiro-Ministro forte à época e não aquela lesma do Chamberlain.
_ disse uma garota, abraçada a ele _ Neville Chamberlain e sua política covarde
de apaziguamento. Deu de presente à Alemanha os Sudetos e a Boêmia, naquele
maldito Tratado de Munique. Por isso que, quando ele renunciou, Churchill
disse: “Entre a desonra e a guerra ele escolheu a desonra e agora terá a guerra”.
_O
que não impediu que Hitler invadisse a Polônia, Walburga, nem que eles
chegassem até aqui. _ disse Tom _ E quando aquele molenga renunciou e Churchill
assumiu, Grindelwald e Hitler viram que ele não seria alguém fácil de dobrar,
então dissolveram o Parlamento e Churchill entrou na clandestinidade, assumindo
o comando das forças de resistência trouxas, enquanto Dumbledore comanda a
parte bruxa. Ele teve de sair de Hogwarts, depois que Grindelwald assumiu. Mas
sempre dá um jeito de aparecer em Hogsmeade, secretamente e sob disfarces.
_E
é só graças a isso que a Grã-Bretanha ainda não está totalmente dominada,
constituindo-se em uma cabeça-de-ponte para um ataque aos EUA. Depois que os
japoneses atacaram Pearl Harbor em 07/12/1941, os americanos entraram na
guerra, tornando-se a maior pedra no sapato de Hitler. _ disse uma garota com
um suéter da Corvinal e que usava óculos de lentes grossas _ O fato de serem
uma potência industrial e extremamente patriotas fez com que toda sua produção
fosse direcionada para a indústria de material bélico e é isso que está
segurando o Eixo, aqui na Europa, na África e na Ásia.
_Myrtle.
_ sussurrou Voldemort, admirado. O fato não passou despercebido a Tom.
_Então
as próximas pretensões de Hitler incluem a idéia de invadir a América? _
perguntou Harry.
_Exatamente.
_ disse Orion _ Seus principais alvos são os EUA, na América do Norte e o
Brasil, na América do Sul, devido à sua extensão territorial e às suas riquezas
naturais.
_E
há simpatizantes de Hitler na América do Sul, mais especificamente na
Argentina. _ disse Tom _ Um grupo de oficiais parece querer tomar o poder,
depondo o Presidente Ramón Castillo. Entre eles há um Coronel bastante esperto,
que poderá se destacar, um tal de Perón. No Brasil, Getúlio Vargas ainda estava
neutro, mas depois que submarinos Nazistas afundaram embarcações civis daquele
país em fevereiro do ano passado, o Brasil cerrou fileiras com os aliados,
inclusive cedendo a base de Parnamirim para utilização pela USAF, junto com a
FAB, para reabastecimento e lançamento das esquadrilhas de caças que protegem
os comboios no Atlântico. Mas enquanto segurarmos os Nazistas aqui, eles não
poderão prosseguir com seus planos.
_E
o que eles pretendem fazer aqui em Hogwarts? _ perguntou Voldemort.
_Estão
começando a instalar um laboratório de pesquisas para desenvolvimento de armas,
combinando tecnologia trouxa e magia. _ disse Myrtle, olhando para o rosto
viperino, com certa curiosidade e também com um pouco de medo daquela pessoa,
ela não sabia bem o porquê _ mas estão sofrendo algumas... sabotagens.
_Por
parte dos alunos e, é lógico, de alguns professores, os que não saíram dos
efetivos de Grindelwald. _ disse a garota de olhos cinza-esverdeados,
aproximando-se de Tom e sentando-se ao seu lado _ E vocês, não vão contar sua
história?
_Mais
tarde, Minerva. _ disse Tom, dando um beijo no rosto da colega, enquanto Harry
pensava: “Profª McGonnagall”?
Voldemort também parecia ter reconhecido a garota _ Vamos deixá-los à vontade,
para que descansem. Depois eles nos contarão, certo?
_OK.
_ disseram Harry e Voldemort.
_Só
uma pergunta. _ disse Harry _ Como é que não notam a falta de vocês?
_Esta
é para você responder, Renata. _ disse Tom, sorrindo para a garota de cabelos
negros.
_Com
isso aqui. _ disse ela, mostrando alguns bonecos de papel, com caracteres
japoneses _ Alguns Shikigami nos substituem.
_Você
conhece Magia Onmiyô? _ perguntou Voldemort.
_Sim.
E também possuo grau de Mestre Ninja, graças ao que aprendi com meu pai
adotivo, Ryusaku Komori, no Japão. _ disse ela.
Tom
Riddle e os outros foram cuidar de seus afazeres, enquanto Harry e Voldemort
terminaram suas xícaras de café e conversavam em voz baixa.
_Isto
está cada vez mais estranho, Harry Potter. _ disse Voldemort.
_Concordo,
Voldemort. Você é um bruxo bastante poderoso e de grandes conhecimentos. Tem
alguma ideia do que pode ter acontecido conosco? Embora eu já tenha alguns
palpites.
Vindo
de você, meu maior inimigo, esse comentário é um dos maiores elogios que eu
poderia receber. _ disse Voldemort _ Mesmo meus conhecimentos têm limites,
assim como os de Dumbledore. Sobre o que está ocorrendo, a maior parte é
especulação, mas creio que a energia gerada pelo choque dos nossos feitiços foi
tão grande que causou uma fratura no Continuum tempo-espaço.
_E
essa fratura pode ter criado uma fenda temporal, que nos jogou de volta ao ano
de 1943.
_Mais
do que isso, Harry Potter. A fratura foi tão profunda, que atingiu o Continuum
Multiversal. A fenda que se abriu nos lançou no passado, mas não na
nossa dimensão.
_Uma
realidade alternativa? Um universo paralelo?
_Exatamente.
E nesta realidade...
_...
Os Nazistas conseguiram invadir a Grã-Bretanha, sendo que na nossa realidade
eles bombardearam a Inglaterra, mas nunca colocaram os pés nela. Por isso que
há vários alunos do seu tempo dos quais nunca ouvi falar.
_Nem
eu. _ disse Voldemort _ Nunca imaginei que Abraxas Malfoy...
_...
O avô de Draco?
_Sim.
Nesta realidade ele tem um irmão gêmeo, aquele que fala com sotaque francês. E
há também Hiram, Renata, Fabiola, Salvatore, Giuletta e vários outros que não
existem na nossa.
_Além
de que sua contraparte mais jovem parece se dar muito bem com a Profª
McGonnagall... digo, Minerva. Aqui ela ainda é aluna.
_Bem...
não posso negar que cheguei a ter atração por ela, nos tempos de aluno. E era
meio recíproco, ainda que você não acredite. _ disse Voldemort, meio sem jeito
e corando de leve, o máximo que sua palidez permitia. _ Mas nossos caminhos
divergiram, como todos sabem. Ela foi ser professora e fazer parte da Ordem da
Fênix e eu segui a trilha das Trevas.
_Acho
que descobri porque suas varinhas desapareceram, Voldemort. _ disse Harry _ Nesta
realidade Dumbledore ainda está vivo. Portanto a Varinha das Varinhas está com
ele. Ou melhor, com Grindelwald, já que Dumbledore somente conseguiu ou
conseguirá conquistá-la após vemcê-lo em duelo, em 1945.
_E
minha varinha de teixo está com minha contraparte, o jovem Tom Riddle. É
estranho pensar nisso, mas há muitas coisas com que nos preocuparmos, Harry
Potter. Entre elas, como faremos para voltar à nossa realidade. Se bem que...
_...
Se bem que o quê, Voldemort? _ perguntou Harry.
_Você
pode até achar estranho o que vou dizer, Harry Potter, mas estou com vontade de
ficar um pouco mais e ajudá-los a expulsar os Nazistas da Grã-Bretanha.
_Como
é que é, Voldemort? _ espantou-se Harry.
_Sou
um bruxo das Trevas, maligno e assassino, sim. Sou tudo isso, mas sou inglês e
gosto do meu país. Os eventos que você estudou nas aulas de História em escolas
trouxas e em Hogwarts, eu os vivi. Me revolta a bile ver essa maldita suástica
que, certamente, está tremulando em Piccadilly, enquanto tropas da Wehrmacht
desfilam em passo de ganso, sob sua sombra. É uma afronta a tudo o que bruxos e
trouxas levaram séculos para construir. Além disso, ainda há aquele outro
símbolo, na bandeira ao lado da bandeira Nazista.
_O
emblema de Grindelwald? _ perguntou Harry _ As Relíquias da Morte?
_É.
Significa que ele deve possuir um alto cargo entre os Nazistas, inclusive Tom
disse que ele é conselheiro de Hitler. Se eles vencerem, se conseguirem atingir
seus objetivos, toda a Inglaterra estará submissa a eles e a idéia de submissão
também é algo que me embrulha o estômago, como você já sabe. Não gosto de me
curvar a ninguém, principalmente a covardes que matam sem olhar nos olhos de
suas vítimas.
_Auschwitz,
Bergen-Belsen, Treblinka...
_...
Buchenwald, Sobibor, Majdanek e outros. Sou um assassino, como eu já lhe disse,
mas pelo menos eu vejo o rosto de quem estou matando. É mais honrado assim.
_Você
fala como um Samurai, Voldemort.
_Confesso
que assimilei alguma coisa do Bushido, além de ter recebido
vestígios de bondade, bem poucos, durante a formação do nosso elo mental,
quando tentei te matar pela primeira vez.
_Então,
você quer ajudá-los a combater os Nazistas, Voldemort?
_Sim,
Harry Potter. Se somarmos os meus poderes, que são grandes, aos seus próprios,
que não são pequenos, poderemos ser de grande ajuda para esse núcleo de
resistência. _ disse Voldemort _ Além disso, não podemos ficar simplesmente
parados durante o tempo em que pensamos em um meio de retornar à nossa própria
realidade. E aí, Harry Potter? Vamos celebrar uma trégua, enquanto estivermos
nesta situação?
_Está
bem, Voldemort. _ disse Harry _ Vamos ajudá-los, contra os Nazistas e o
exército bruxo de Grindelwald.
_Fico
contente com isso. E agora, que tal vocês dois me contarem quem são, de
verdade? _ ouviu-se uma voz, atrás deles.
Quando
se voltaram, Tom Riddle estava com a varinha apontada para os dois, tendo uma
expressão de curiosidade no rosto.
As
explicações teriam de ser muito boas e convincentes.
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