Equívoco de Rei Hiroe II

No volume 005, o autor faz descrições de várias armas, com comentários sobre seu design, funcionamento e facilidade ou não para reproduzir seu desenho. Porém, sou de opinião que ele foi totalmente infeliz ao referir-se à Pistola Imbel como uma "imitação barata da Colt 1911 M1A1", como podemos ver na ilustração, mas com o que não concordo, de forma alguma.

A referida pistola não é uma "cópia barata", mas sim um modelo fabricado em Itajubá-MG, sob licença da Colt, tendo o processo sido iniciado com uma conversão das pistolas originais, em calibre .45 ACP, para o 9 mm Parabellum, de dotação das Forças Armadas e Auxiliares de nosso país. Depois disso, a pistola passou a ser toda ela fabricada em Itajubá, em ambos os calibres, o primeiro visando competições de Tiro Prático, com um belo design em "saia-e-blusa" (chassis em oxidado preto-fosco e Inox). Embora eu, pessoalmente, prefira as Berettas, devido à sua empunhadura mais robusta e melhor (a meu ver) distribuição de peso, a Imbel está longe de ser uma arma ruim ou de segunda categoria, mesmo que sua operação seja um pouco mais complicada, devido à tecla de segurança na parte posterior da empunhadura, que deve estar pressionada para que o gatilho possa seguir todo o seu curso. Isso requer que o atirador coordene bem a pressão, a fim de evitar a "gatilhada" e, conseqüentemente, o desvio da trajetória do projétil. Essa pistola encontra-se em operação, em unidades do Exército no Rio de Janeiro, sem que seja objeto de reclamações.
Portanto, concluo reafirmando que discordo da opinião de Rei Hiroe, ao menosprezar uma boa arma, tachando-a de "cópia barata". Creio que ele, ao contrário de mim, não deve ter atirado com ela, a fim de comprovar sua eficácia.