domingo, 27 de fevereiro de 2011

CAPÍTULO 5

EXPRESSO DE CONFISSÕES





A Plataforma 9 ½ estava repleta de alunos e seus familiares, em despedidas para mais um ano letivo em Hogwarts. Alunos veteranos, etiquetando e despachando suas bagagens, alunos do primeiro ano, apreensivos e agarrados a seus pais. Harry lembrou-se de seu primeiro ano e de como travara o primeiro contato com a família Weasley, constituindo os alicerces de sua forte amizade com Rony, o primeiro e melhor amigo que tivera na vida. Lembrou-se de como ficara espantado ao ver Percy, Fred e Jorge atravessarem a barreira e de como a Sra. Weasley o ensinara.Não pôde deixar de sorrir ao lembrar-se de Gina (“Mamãe, não posso ir?” “Ainda não, Gina. Só no próximo ano.”), seu olhar firme e contrariado, seu queixo endurecido de teimosia e, em seguida, aquela voz doce, desejando boa sorte. _ “Com certeza, cem por cento uma Weasley.” _ pensou.
Avistando Parvati Patil e sua irmã gêmea, Padma acompanhadas, respectivamente, por Seamus Finnigan e Theo Boot (“Aconteceram novidades nestas férias”, pensou ele). Aproximou-se e foi cumprimentado pelos quatro, recebendo um pedido de desculpas por parte de Seamus:
_Harry, sei que já pedi desculpas por isso antes, mas preciso dizer novamente. Fui um tolo em não acreditar quando dizia que Você-Sabe-Quem havia retornado. Sobre uma coisa dessas não se brinca e muito menos se mente.
_Deixa para lá, Seamus. Mesmo tendo tomado parte nos fatos, fica difícil acreditar que realmente ocorreram.
_Notou que os Death Eaters ainda não cometeram nenhum atentado de vulto? Só invadiram locais aparentemente sem importância, como museus, bibliotecas e livrarias bruxas. O único que mataram foi um vigia de museu, que os flagrou.
_Realmente _ comentou Harry _ não é o estilo de Voldemort...opa, mau jeito, gente. _ disse Harry, ao ver os amigos quase transparentes e suando frio _ Vocês vão ter de se acostumar a ouvir o nome dele sem ficar da mesma cor do Nick Quase-Sem Cabeça.
_Cara, dá um tempo para a gente se adaptar. _ disse Boot.
_Tudo bem. Falando em desculpas, Parvati e Padma, eu queria aproveitar para me desculpar, mesmo que com quase dois anos de atraso, pela maneira com que eu e Rony agimos com vocês no Baile de Inverno. Com certeza, deveríamos ter sido mais gentis embora, se eu e você continuássemos dançando por mais tempo, é certo que vcê teria me mandado passear. Nunca dancei muito bem.
Parvati sorriu e disse:
_Tudo bem, Harry. Eu entendo. Mas ninguém pode negar que você ficou muito bem naquelas vestes a rigor (Harry teve a impressão de ver punhais reluzindo no olhar de Seamus). Ainda há pouco Rony esteve aqui e pediu desculpas pela mesma coisa.
_Ainda não o vi e nem a Hermione. Acho que já devem ter entrado.
_Que cabeça a minha! _ exclamou Padma. _ Espero não estar atrasada para a reunião dos monitores! Goldstein vai me torcer o pescoço se eu deixá-lo sozinho na reunião. _ e saiu correndo, seguida por Boot.
_Um pouco mais depressa e aqueles dois poderiam dispensar as vassouras _ comentou Seamus, rindo.
Notando a aproximação de Cho Chang, acompanhada por sua amiga, Marieta Edgecombe, Harry pediu licença a Seamus e foi até elas, não sem antes ouvir do amigo:
_Você ainda vai falar com aquela dedo-duro, mesmo depois do que ela nos fez?
_Na época eu também pensava assim, Seamus, mas agora acho que entendo os motivos de Marieta. E, além do mais, só aquela azaração das pústulas já foi castigo mais do que suficiente. _ e dirigiu-se às duas _ Olá, Cho. Olá, Marieta. Vocês têm um minuto?
Meio surpresas, as duas disseram que sim e ele começou a explicar:
_Sei que não fui muito cortês no último ano principalmente com você, Cho, mas eu acho que, em vista dos acontecimentos, vocês vão entender que eu tive as minhas razões. Da mesma maneira, Marieta, eu agora entendo porque você entregou a AD. Acho que você se sentiu muito pressionada, pelo fato de sua mãe trabalhar no Ministério, ainda mais na Rede do Flu, que estava sendo monitorada. Você apenas se desesperou e cedeu. E eu não deveria ter falado tão duramente com você, Cho, criticando o comportamento de Marieta. Agora mesmo eu estava dizendo ao Seamus que, mesmo tendo participado de tudo e visto, por duas vezes, a cara feia de um renascido Voldemort...ora, meninas, controlem-se. Bem, eu dizia que ainda assim é difícil de acreditar na volta daquele demônio em forma de gente.
_Mas ele está de volta _ disse Cho _ , e teremos de encarar o que vier, quando vier, como Hagrid costuma dizer. Mas eu queria saber, Harry, o que será de nós, nós dois. Não dá para negar ou esquecer o que tivemos, por menos tempo que tenha durado.
_Realmente, não dá. Essa será uma das mais ternas lembranças que levarei, Cho, mas não era para ser. E quanto ao Michael Corner? Vocês não estavam juntos?
_Estávamos, mas tivemos muitos atritos, nos desentendíamos freqüentemente. Ainda me sinto muito confusa... a lembrança de Cedric é muito forte e eu ainda gosto muito de você, Harry. Não sei mais o que pensar.
_Acho que, por isso, deveremos deixar como está, Cho. Tivemos algo de muito bom, muito importante para mim, você foi a primeira garota por quem me interessei, mas não sei se devo me envolver com você, com alguém , novamente. Além de não querer te enganar, dizendo que ainda te amo como antes, não quero comprometer sua segurança, tornando-a um alvo em potencial.
_Mas eu provei que posso me defender, você me ensinou feitiços avançados, aprendi a conjurar um Patrono. Ou será que o nosso treinamento na AD não passou de brincadeira?
_Cho, sua amizade é importante demais para que eu a estrague, voltando a me envolver com você, sem amá-la como merece. Sinto muito. Espero, sinceramente, que não me queira mal. Talvez mais cedo ou mais tarde encontremos o anjo que tem a outra asa, para que possamos voar juntos mas, infelizmente, acho que não sou o seu e nem você é o meu. Entre nós, realmente, não era para ser.
_De maneira alguma eu poderia te querer mal, Harry. Alguém tão sincero como você jamais poderia ser mau-caráter.
Deu um beijo no rosto de Harry e saiu, meio apressada, para que ele não visse as lágrimas que teimavam em querer rolar de seus olhos. Ainda bem, pois não viu que Harry também tinha os olhos úmidos. Mesmo ela tendo reconhecido sua sinceridade, sentia-se triste, com a certeza de que, pelo menos um pouco, ele a havia magoado.
Embarcou no trem e procurou por uma cabine vazia, pois logo Hermione e Rony retornariam da reunião dos monitores. _ “Bem, pelo menos estou conseguindo acertar as coisas, sem deixar pendências. Sabe-se lá se eu terei outra chance. Agora, por mais que a idéia não me pareça nada agradável, eu precisaria encontrar e me desculpar com aquele... _ e quase trombou com o Prof. Snape, que havia saído do banheiro, em direção ao vagão dos professores.
_Olhe por onde anda, Potter.
_Desculpe, Prof. Snape. Aliás foi muito bom eu tê-lo encontrado. Pensei que só o veria em Hogwarts.
_O que faço durante as minhas férias é somente da minha conta, Potter. Não me consta que eu deva lhe dar satisfações da minha vida particular.
_Por mais estranho que possa parecer, eu estava esperando uma oportunidade para falar com o senhor.
_Por que, Potter? _ e Snape pareceu demonstrar uma certa curiosidade.
_Devido a essa situação, com uma guerra contra os Death Eaters e seu líder (procurou evitar dizer o nome “Voldemort”, pois Snape ainda tremia ao ouvi-lo), estamos sujeitos a sofrermos um ataque a qualquer momento, nossas vidas estão em constante perigo e eu quero resolver toda e qualquer pendência, entende, resolver quaisquer mal-entendidos. Por isso, quero pedir desculpas por haver invadido suas lembranças na Penseira, particularmente aquela bastante dolorosa e desagradável. Por mais que não gostemos um do outro, devo-lhe respeito como professor e reconheço sua competência e talento, bem como seu conhecimento. Se alguns desconfiam do senhor, para mim basta confiar no julgamento de Dumbledore. Além disso, ninguém merece ser tratado da maneira como meu pai o tratou naquela ocasião. Sei que ele e o senhor não se davam ou melhor, se odiavam, mas nada justifica ridicularizar, humilhar ou fazer brincadeiras de mau gosto como sei que os Marotos freqüentemente lhe faziam passar. Nesse sentido, sou muito diferente do meu pai. Não acredito em atitudes inconseqüentes. Também queria pedir, retroativamente, desculpas pelo que meu pai, Sirius e os outros lhe fizeram no passado, mesmo sabendo que é quase certo que o senhor não as aceitará pois, afinal de contas, foram muitos anos de sofrimento, gerando grande mágoa e rancor. Mas sinto-me na obrigação de me abrir com o senhor sobre tudo isso.
_Já terminou, Potter? _ perguntou Snape, em seu tom frio habitual.
_Sim, senhor. Não me sentiria em paz sem dizer essas coisas.
_Pois, já que você foi sincero e abriu seu coração comigo, que nunca demonstrei a menor simpatia pela sua pessoa, farei a mesma coisa com você. Aceito todas as suas desculpas (e Harry arregalou os olhos, surpreso), sem exceção. Realmente, eu e Tiago nos odiávamos, mas eu jamais o quis morto e me senti muito triste quando o Lorde das Trevas o matou, junto com sua mãe. E se eu já o detestava, ficou ainda pior quando, no sétimo ano, ele e Lílian começaram a namorar (nova surpresa de Harry). Sim, Potter, eu era apaixonado por sua mãe. Mas, orgulhoso e cabeça-dura, com aquele preconceito idiota de “Sangue-Ruim” na mente, era tarde demais quando eu, finalmente, me encorajei a confessar meus sentimentos.
_E o que ela lhe disse?
_Ela foi doce e gentil, como sempre havia sido. Disse: “Severo, não sei o que dizer. Há alguns anos atrás eu era atraída por você, pelo seu jeito reservado e introspectivo, mas nunca tive coragem para tentar me aproximar. Com o tempo, me forcei a superar tal sentimento, até que consegui e o que restou foi um grande respeito. Depois namorei Amos Diggory, mas não deu certo porque eu não o amava realmente. Por fim acabei me apaixonando por outra pessoa, aceitei seu pedido ontem. Oh, Severo, se você tivesse deixado alguma brecha em sua armadura há alguns anos, talvez as coisas fossem diferentes.” Então perguntei a ela quem era, mas meio que já adivinhando, pois ele não escondia de ninguém o quanto a amava e ela me respondeu: “Potter... Tiago Potter.” Mesmo com o coração sangrando, ainda achei forças para gracejar: “Se ele te magoar, vai se ver comigo.” Ela me deu um beijo na testa e se retirou. Desde então, jamais me aproximei de garota alguma, tendo vivido sempre a tomar a poção Cor vetato, para bloquear quaisquer emoções, jamais me apaixonar novamente por alguém e, assim, não sofrer mais. Quando soube que você havia sido aprovado para Hogwarts, imaginei que viria um garoto com o perfil de Lílian mas, quando você surgiu no Salão Principal, parecia que Tiago havia voltado do túmulo para me assombrar. Sempre que olho para você eu vejo, além da cópia fiel do seu pai, o filho que poderia ter sido meu, se eu não tivesse sido tão idiota e tivesse me revelado mais cedo para sua mãe.
_Nunca pensou que poderia ter havido outra garota. Professor?
_A essa altura da minha vida, Potter, quem se interessaria?
_Nunca se sabe, professor. O senhor só descobrirá se estiver aberto a uma nova experiência.
_Talvez, Potter, talvez. Mas, no momento, preciso ir. Ah, lembra-se de quando eu disse a Sirius que você era igual ao seu pai?
_Lembro.
_Pois eu me enganei. Você é muito melhor do que ele era. E ele era muito bom, apesar de arrogante e inconseqüente. Acho que Lílian o colocou na linha. Até. E, lembre-se, esta conversa fica apenas entre nós.
_Até, professor. _ e pensou: “Fiquei conhecendo um lado totalmente insólito do Prof. Snape. É bom saber que ele é humano.”
Enquanto o expresso de Hogwarts avançava nos trilhos, rumo ao norte do país, Harry resolveu ouvir um pouco de música. Como o sol estava forte, trocou seus óculos pelos A-Wires que havia ganho de Hermione. Deixou os pensamentos vagarem, enquanto ouvia a música das Esquisitonas no seu discman. Havia uma imagem que teimava em não sair de sua mente. Ela possuía cabelos ruivos e, com certeza, não era Rony. Lembrou-se de Gina Weasley e de como ela, de uma forma ou de outra, sempre estivera por perto, desde o início, quando Harry julgava que todo aquele sentimento pudesse ser apenas um capricho juvenil, que aquele xodó passaria, como aparentemente havia passado. Gina Weasley, sempre ao seu lado...
Então, a ficha caiu. Devido à sua amizade com os Weasley, jamais pensara em Gina de forma diferente de como uma irmã, embora jamais tivesse conseguido ficar de todo indiferente ao interesse dela. Lembrou-se de todas as situações em que ela estivera presente... desde o embarque na Plataforma 9 ½, no primeiro ano. No segundo ano, Rony dizendo que ela passara todo o verão falando nele. O desespero dela, quando ele perdera todos os ossos do braço direito, devido a um feitiço malfeito de Gilderoy Lockhart. O brilho nos olhos dela, quando ele havia derrotado Tom Riddle e seu basilisco, bem como a sensação que ele experimentara ao tê-la nos seus braços e, que na época, ele não compreendera. Quando desmaiara em seu primeiro encontro com o dementador e ela parecia ter ficado tão mal quanto ele e, agora, ele entendia que Gina sofrera tanto ao vê-lo daquele jeito, como se ela própria tivesse sido a atingida pelo monstro. A decepção na voz e no rosto dela, ao dizer que não poderia ir ao Baile de Inverno com ele, pois já iria com Neville (“Tolo, devia tê-la convidado logo de cara”). Ela na AD. Ela ao seu lado, combatendo os Death Eaters no Ministério. Ela, sempre ao seu lado... e ele sem notar. Então a frase veio à sua mente: “Muitas vezes o mais importante está ao nosso lado e, justamente por isso, não percebemos.” A ficha caiu totalmente. Sempre gostara de Gina, mas nunca tomara consciência disso. Achava que revelar seus sentimentos seria um desrespeito à família dela. Também, inconscientemente, queria preservá-la dos perigos aos quais se expunham todos os que dele se aproximavam. “Mas não estamos todos em perigo agora, com o retorno de Voldemort? O que o impediria de, por exemplo, atacar o Expresso de Hogwarts, cheio de alunos, eu entre eles?” Diabos, agira exatamente como Snape fizera no passado. Deixara passar a oportunidade e agora ela estava com outro, seu colega de turma e amigo Dean Thomas, um cara legal e exímio desenhista (“Mas eu não posso deixar de pensar que agi como um idiota. Se eu pudesse encontrá-la, para consertar as coisas e dizer: eu te amo, Gi...”)...
_Gina! _ Exclamou Harry, surpreso ao vê-la entrar em sua cabine, com uma cara capaz de dar pesadelos em um Death Eater, resmungando e vociferando tão rapidamente que ele tinha dificuldades para entendê-la:
_Desgraçadofalsomalditovigaristaenganadortraidor!
_Voumandarparaeleumchapéuenfeitiçadoparanãosobrarumfiodecabelonaquelacabeça!
_Cachorrosarnentopuladordecercafilhodeumbasilisco(*&%$#!!!)!!GALINHA!!!

_Calma, Gina. _ disse Harry, espantado. _ Quem é o infeliz objeto de tanta fúria?
Naquele momento Gina tomou consciência da presença de Harry na cabine. Qualquer um que a visse, não saberia onde terminavam seus cabelos e começava seu rosto, já que ambos estavam da mesma cor.
_Oh, Harry! M-me d-desculpe. Não percebi que havia mais alguém na cabine. Que papelão, baita mico. Me desculpe, por favor.
_Só se você responder à minha pergunta. _ disse Harry, agora bastante curioso, enquanto o rosto de Gina ia voltando à sua cor normal.
_Aquele cretino do Dean Thomas.
_Ué, vocês não estavam namorando?
_Pelo menos eu pensava que estivéssemos, mas, depois do que eu vi ainda há pouco...
_E o que foi que você viu?
_Aquele (e Gina usou uma expressão nada digna de sair da boca de uma jovem senhorita britânica) me passou na cara o verão todo. Ao mesmo tempo em que estava comigo, correspondia-se e encontrava-se com uma garota da Beauxbatons.
Quem?
_Martinette Montségur, uma aluna do quinto ano, amiga de Fleur Delacour. Fiquei sabendo, através do Gui, que ela viria para cá este ano em intercâmbio. Ele ainda me preveniu, dizendo que ela havia confidenciado a Fleur que estava muito interessada em um rapaz de Hogwarts, com quem estava se correspondendo. Apertando um pouquinho mais, Gui descobriu que era o Thomas. Eu, tola, ainda não queria acreditar, mas agora, depois do que vi...
_E o que foi? _ perguntou novamente Harry.
_Procurando por uma cabine, entrei em uma que julgava vazia e dei de cara com os dois se “intercambiando” em um beijo no qual parecia que os dois haviam sido embalados a vácuo. Se o uniforme da Beauxbatons não fosse azul, seria impossível saber onde terminava um e começava o outro. Mas que vontade de azarar aqueles dois.
_Caracas, eu não esperava essa do Dean Thomas. Conheço-o desde o primeiro ano e jamais o julgaria capaz dessa canalhice.
_De certa forma, você tem um pouco de culpa.
_???
_É bom que estejamos sozinhos, porque não quero que ninguém nos ouça. Minha indignação com o Thomas é mais orgulho ferido e não tanto dor de corno. Na verdade, não sinto grande coisa por ele, assim como não sentia pelo Michael Corner. Tudo era tentativa de esquecer e tentar superar o que eu sempre senti por um, como diziam Fred e Jorge, “certo anão de óculos”, que agora já não é tão anão assim.
Decidido a resolver aquela situação de uma vez por todas, Harry disse:
_Então, Gina, confesso-me inteiramente culpado de tudo mas, principalmente, culpado de ter sido o maior dos idiotas durante esses anos, sendo mais míope do que o grau dos meus óculos, cego a ponto de nunca ter percebido que a pessoa mais importante para mim sempre esteve ao meu lado e, talvez por isso mesmo, jamais tenha me dado conta disso.
_Harry...
_Por favor, Gina, me deixe dizer tudo, antes que eu perca a coragem ou a inspiração. Não sei se eu julgava que, me declarando, fosse desrespeitá-la ou prejudicar nossa amizade, talvez não tivesse, no início, levado a sério os seus sentimentos, achando que fosse passageiro. Fui um idiota, tentando negar o que eu também estava sentindo por você ou quem sabe tentando, sem querer, protegê-la das encrencas nas quais eu sempre me metia, temendo por sua segurança, não percebendo que você sempre foi perfeitamente capaz de se defender. Sabe, Gina, quando derrotamos Riddle e o basilisco...
_Quer dizer, você derrotou.
_Não, nós derrotamos, porque eu te sentia comigo o tempo todo me dando forças, ainda que você estivesse inconsciente, quase morta naquela hora. Depois, em nossa batalha contra Voldemort e os Death Eaters no Ministério, você provou que não precisava de proteção. Mesmo assim eu estava, sem perceber, reprimindo meus sentimentos porque queria vê-la longe de quaisquer perigos aos quais você poderia se expor, estando perto de mim. Gina, eu jamais me perdoaria se deixasse que algo de mau lhe acontecesse, porque...
_Porque...
_Porque eu finalmente tomei consciência do quanto te amo, Srta. Virgínia Weasley. Só lhe peço que me perdoe por ter demorado todos esses anos para perceber e lhe dizer.
_Eu perdôo você, Sr. Harry Tiago Potter, porque eu também te amo. Sempre te amei. Primeiro até eu mesma pensei que fosse uma paixão infantil mas quando, com o passar dos anos, a intensidade dos meus sentimentos por você não diminuía, tive então a certeza de que era amor, puro e verdadeiro.
Seus rostos estavam cada vez mais próximos e ambos podiam sentir o calor que seus corpos irradiavam. O último pensamento consciente de Harry, antes de se inebriar com o aroma de jasmim que emanava da garota, foi que jamais havia percebido que os olhos de Gina Weasley eram verdes, não como os dele, mas de uma tonalidade mais clara, próxima do jade, salpicados de um castanho dourado, o que lhes conferia um ar felino, extremamente misterioso e sedutor, naquele rosto juvenil decorado com aquelas sardas e emoldurado por aqueles brilhantes cabelos ruivo-cobre.
E então, quando suas bocas se uniram, o tempo simplesmente parou para os dois, durante os instantes que durou aquele beijo ardente e apaixonado.

Gina adormecera abraçada a Harry, ouvindo Simply Red no discman dele, as mãos de ambos entrelaçadas, ele se sentindo confortado e feliz pelo contato com ela, o corpo daquele anjo ruivo agradavelmente pesando contra o seu. Lembrava-se da sensação de leveza enquanto se beijavam e, quando olharam para baixo, realmente estavam levitando a cerca de meio metro do chão. Ao perceberem, baixaram suavemente e sorriram um para o outro:
_Emissão mágica involuntária? _ perguntou Gina.
_Isso mesmo. E bastante forte, a julgar pelo quanto levitamos.
_Mamãe me disse, certa vez, que quanto mais intenso e verdadeiro é um amor, maior é a força da emissão.
_Então acho que tivemos sorte de não sairmos voando pela janela.
Riram juntos, como crianças. Gina perguntou:
_Harry, e quanto a Cho? Vi que ela lhe deu um beijo no rosto, lá na plataforma, antes do embarque.
_Na verdade, aquilo foi uma forma dela premiar minha sinceridade.
_???
_Eu havia acabado de dizer a ela que namorá-la sem amor seria o meio mais certo de estragar a nossa amizade. Acho que ela entendeu.
_Mas ela ainda sente algo por você. Haviam lágrimas no rosto dela.
_É, eu sei. Mas não se pode mandar no coração, Gina, e o meu pertence a você. Eu realmente gostei dela mas faltava algo, entende? Sabe, quando um sorriso não é completo, não se estende aos olhos? Isso me incomodava, além daquela possessividade e ciúme sem fundamento que ela sentia em relação a Mione. Falando nisso, cadê os dois?
_A reunião dos monitores está meio demorada. Mas, daqui a pouco, estarão aqui.
_Que bom. Você acha que Rony vai se incomodar por estarmos namorando?
_Acho que não. Meu irmão gosta muito de você, Harry, além do que ele já tem bastante com o que se ocupar. _ disse ela sorrindo e, sem dizer mais nada, pegou os headphones do discman de Harry e colocou um CD. Dali a pouco, abraçada a ele e embalada pela voz de Mick Hucknall cantando “You Make me Feel Brand New” adormecia, com um sorriso nos lábios.

Rony e Hermione chegaram uns quinze minutos depois. Hermione estava falando meio alto mas, a um “psiu” de Rony, que havia visto Gina a dormir, baixou a voz e os dois entraram na cabine. Então repararam em como dormia a caçula Weasley: abraçada a Harry e com as mãos entrelaçadas às dele. Vendo aquilo os dois, ao mesmo tempo:
_Vocês...?
Harry fez que sim com a cabeça e, baixinho para não acordá-la, disse:
_Sim. Eu apenas criei coragem para dizer o que eu já deveria ter dito há anos. Ainda bem que fiz isso a tempo. _ e notou uma coisa totalmente nova: Rony e Hermione estavam...de mão dadas. _ Vocês também...?
_Sim, Harry. _ disse Rony, corando violentamente como de hábito. _ Queríamos fazer surpresa para você. Apenas Gina sabia.
_Então era isso que ela queria dizer. Que garota. Me mantendo em suspense até o último instante. Para mim nunca foi surpresa o quanto você sempre gostou de Mione. Estou surpreso por você, finalmente, ter resolvido se declarar.
_Pois é, Harry, um dia tinha que acontecer. _ disse Hermione, lembrando-se dos acontecimentos da noite anterior, no Caldeirão Furado.
Pouco antes de todos subirem para os quartos, Rony dissera a ela, baixinho:
__Mione, desça novamente a esta sala, depois que todos estiverem dormindo. É muito importante.
Ela desceu cerca de meia hora depois. Encontrou Rony sentado à mesa e, à frente dele, uma xícara de chá.
_Sente-se, Mione, por favor. _ disse Rony _ O que eu tenho a dizer já deveria ter dito há muito tempo, mas eu nunca tive coragem para tanto. Talvez nem hoje eu tivesse, se o Sr. Mason não tivesse me dado uma ajuda. _ e esvaziou sua xícara. _ Essa ajuda veio na forma de três gotas de Veritaserum, as quais estavam nesta xícara que acabei de esvaziar. Opa... acho que já está começando a fazer efeito. _ e os olhos dele ficaram vidrados, fitando o vazio. Hermione perguntou:
_Por que você fez isso, Rony? Por que tomou Veritaserum?
Já sob o efeito da mais poderosa poção da verdade conhecida, Rony começou a falar, com uma voz calma e desprovida de emoção:
_Eu tenho muito a dizer, Mione, e não quero correr o risco de omitir nada, seja por esquecimento, seja por falta de coragem. O único problema é que o Veritaserum elimina a emotividade e eu ficarei falando igual a uma máquina.
_E o que você queria me dizer?
_O que sinto por você, Mione, praticamente desde que nos conhecemos, há cerca de seis anos.
_E o que é? _ perguntou ela, já desconfiando de qual seria a resposta.
_Eu te amo, Mione. Desesperadamente, completamente, intensamente, apaixonadamente, irremediavelmente, eu te amo. Sou totalmente caído por você, mas nunca tive coragem de me declarar, sempre achando que não estava à altura da aluna-modelo Hermione Granger, mas sempre procurando dar o melhor de mim para que, um dia, ela me notasse como mais do que o colega imaturo e engraçado, que ela descobrisse o que há por debaixo desta casca ruiva cheia de sardas. Fiz, em segredo, muitas coisas para melhorar em seu conceito. Li “Hogwarts, Uma História” e gostei. Me senti mal quando, no primeiro ano, eu disse coisas que a fizeram chorar no Dia das Bruxas. Juro que teria matado aquele trasgo ou morrido tentando, se ele tivesse lhe causado algum mal. Quase enlouqueci quando você foi petrificada pelo basilisco, no segundo ano. Treinei, nas horas vagas, todo tipo de feitiço, para ser tão eficiente quanto eu achava que você gostaria que eu fosse. No quarto ano, precisei me segurar para não armar uma cena quando vi você no Baile de Inverno, de braço dado com Viktor Krum. Entrei para o time de Quadribol para provar que eu era capaz de fazê-lo tão bem quanto meus irmãos ou quanto Harry. Sofri, achando que pudesse haver um affair entre vocês, tive ciúmes, até que ele me garantiu que não havia nada entre vocês, então fiquei aliviado.
_Quer dizer que você já teve ciúmes de Harry?
_Já, Mione, por um pequeno período de tempo. Senti nojo de mim mesmo por isso, depois. Harry é o melhor amigo que alguém poderia ter. Nem acredito que pude pensar mal dele, quando aquele impostor colocou o nome dele no Cálice de Fogo e o obrigou a participar do Torneio Tribruxo. Eu queria pedir desculpas, mas achava que ele estava magoado comigo por ter pensado mal dele.
_E ele pensava que você estivesse magoado com ele.
_Eu não tinha era coragem de dizer a ele o quanto estava arrependido de ter pensado aquilo. Uma noite, poucos dias antes da prova dos dragões, ele estava na Sala Comunal falando com Sirius na lareira, eu soube depois. Falei tantas coisas desagradáveis que ele não agüentou e me atirou um daqueles bottons que o Malfoy havia feito. Como eu desejei que aquilo me rachasse a cabeça e acabasse comigo, antes de pensar mal dele. Só pude meio que me desculpar depois dos dragões.
_O que você achava de Harry, antes de conhecê-lo?
_Não tinha opinião formada de início. Primeiro achei que, por ele ser o “Menino que Sobreviveu” fosse um bruxinho mimado, metido e cheio de si. Mas, quando dividimos a mesma cabine do Expresso de Hogwarts no primeiro ano e ele, mesmo sem me conhecer, abriu-se comigo como nunca alguém havia feito, principalmente quando disse que eu era o primeiro amigo que ele tivera na vida, revelando tanta humildade e grandeza de caráter, descobri que nada poderia nos separar definitivamente e, quando descobri que te amava, cheguei a uma conclusão sobre nós, os “Inseparáveis”, como nos chamam.
_E a que conclusão você chegou, Rony?
_Descobri que eu seria capaz de dar a vida por vocês, me sacrificar se fosse preciso. O que fiz no xadrez vivo de McGonnagall foi uma pequena amostra do que eu faria, se houvesse a necessidade, por qualquer de vocês. Por Harry, porque ele é como um irmão para mim. Por você, pelo fato de que eu te amo e sem você eu não ia querer viver. Não sei o que você sente por mim, Mione, mas se correspondesse ao menos um pouquinho ao amor que sinto por você eu seria o homem mais feliz do mundo, sabendo que a melhor das mulheres gosta de mim. _ e, sorrindo, pendeu a cabeça para o lado e adormeceu, como sempre acontecia ao final do efeito daquela poção.
Ao despertar, viu Hermione à sua frente, com os olhos pesados, vermelhos e úmidos e o lábio inferior trêmulo. Perguntou a ela:
_O que houve, Mione? Sei que não foi nada romântico usar Veritaserum, mas não havia outro jeito de dizer tudo, sem omitir nada. Falei algo que não devia? Deixei de dizer algo? Disse alguma coisa que a ofendeu? Por que essa cara?
_Seu tolo. _ disse ela, as lágrimas rolando pelo seu rosto. _ Não precisava recorrer ao Veritaserum. Se você não tivesse me chamado aqui esta noite, eu mesma o chamaria, porque também precisava dizer o quanto te amo, seu teimoso (e, a cada palavra, ela o abraçava e o beijava), adorável imaturo, foguinho dos meus sonhos, melhor dos amigos, homem da minha vida, Sr. Ronald Weasley. Agora, vamos para os nossos respectivos quartos, antes que eu faça uma loucura.
_Uau, Hermione Granger à beira de uma loucura. _ gracejou Rony.
_Você é impossível, sabia, Rony? _ disse Hermione, beijando-o novamente.
_É o irresistível charme Weasley. Marca de família, segundo o meu pai.
E subiram, abraçados, cada um para o seu quarto, para dormirem um sono reparador, com as consciências totalmente tranqüilas.

De volta ao presente...
Cerca de uma hora depois, Gina já havia despertado. Harry olhou para ela e pensou: “Jamais a percebi tão linda.” Disse a ela:
_Muito bonito, Gina. Me fazendo suspense até o último instante, não é?
_Não resisti, Harry. Só sinto de não estar acordada na hora, para ver a sua cara.
_Um pouco mais e eu quase sou capaz de agradecer ao Voldemort...
_???
_Deixem-me explicar: Se não fosse por aquele maldito, tenho certeza de que os acontecimentos não teria se desenvolvido desta forma. Não teria conhecido vocês nestas circunstâncias, talvez não tivéssemos nos tornado tão amigos e, bem, o resto nem preciso explicar. Pena que muitos de nós perderam entes queridos.
_Piada mais besta. _ disse Rony.
-É verdade, Rony. Não tem a menor graça, espero que principalmente para ele, que precipitou os acontecimentos e plantou as sementes para sua própria destruição.
_Como assim? _ perguntou Gina.
_Não queria contar para ninguém, mas isto está entalado desde o final do último período. Eu não lhes disse toda a profecia.
_Mas o registro dela, que estava no Ministério, não se quebrou?
_Sim, mas Sibila a fez para Dumbledore e ele me contou tudo. _ e contou todo o texto da profecia que Sibila Trelawney fizera a Dumbledore, antes que ele nascesse.
_Então, Harry, poderia ter sido o Neville?
_Sim, Mione, poderia. Mas Voldemort se precipitou e,me atacando, proporcionou condições para que eu pudesse sobreviver a todos os ataques dele.
_Mas o final da profecia...
_É, Rony. O último combate entre nós deverá ter apenas um sobrevivente e farei tudo para que seja eu. No começo, a idéia de matar alguém me repugnou, mas Voldemort já tem pouco de humano, então matá-lo não será assassinato, mas livrar o mundo de uma praga. O outro motivo pelo qual pretendo sobreviver aos nossos confrontos é porque agora eu tenho alguém para quem voltar. _ e abraçou Gina _ Todos vocês são muito importantes demais para que eu os perca, principalmente você, Gina. Somente juntos e unidos poderemos vencê-lo.
_Inseparáveis... _ disse Rony, estendendo a mão direita.
_Para sempre. _ completaram todos os outros, juntos, estendendo a mão direita e colocando sobre a dele.
_Nesse exato momento, entraram na cabine nada menos que Neville Longbottom e Luna Lovegood...abraçados. Neville disse:
_Não pudemos deixar de ouvir, Harry. Você sabe que somos parte disso, também.Pelo que Dumbledore disse, poderia ter sido eu em vez de você. Como se não bastasse, nós seis já lutamos juntos e acredito que não será a última vez. Portanto... _ e os dois estenderam a mão direita e juntaram-nas às dos quatro. _ Pode contar conosco, sempre.
Sensibilizados, os seis uniram-se em um abraço coletivo. Só então foi que Harry reparou no jeito dos dois.
_Espere aí, Neville. Vocês também...?
_Neville e Luna riram e confirmaram:
_Sim, _ disse ele _ desde as últimas férias.
Hermione notou algo de diferente em Luna:
_Luna, você está diferente, os seus olhos...
_Ah, isso. Também foi nessas férias. Por coincidência, eu e Neville acabamos viajando para o mesmo lugar, no Brasil. Fui visitar uma tia, que é medi-bruxa e casada com um médico trouxa. Os dois dirigem um spa no sul do país, em uma cidade muito bonita chamada Gramado, na região serrana do estado.
_Rio Grande do Sul? – perguntou Hermione.
_Isso mesmo. Eles chamam de “Centro de Terapias Alternativas”. Os brasileiros são muito mais tolerantes quanto a assuntos mais...ocultos. Lá eles combinam medicina trouxa e bruxa , disfarçada como Fitoterapia, Cromoterapia, Meditação, Florais, Ayurvédica, etc. Foi lá que meu tio trouxa descobriu o que eu tinha.
_E o que era? _ perguntou Harry, curioso.
_Uma doença trouxa, por isso que os medi-bruxos não a diagnosticaram, já que ela não é comum em bruxos. Uma disfunção de tireóide. Depois que descobriram, foi fácil criar uma poção para curá-la.
_E como descobriram?
_Meu tio olhou para mim e perguntou se eu tinha dificuldade para engolir e se eu alternava períodos de agitação e apatia. Eu disse que sim e ele me levou a uma sala onde havia uma máquina trouxa estranha que ele explicou ser para um exame, uma tal de Supra-monografia.
_Ultra-sonografia. _ explicou Hermione. É um exame que mostra imagens do interior das pessoas, em tempo real. É muito usada para acompanhar a evolução de uma gravidez. Vimos em Estudo dos Trouxas.
_Isso. Ele me mostrou a imagem da glândula e onde ela estava alterada. O exame não dói nada, mas faz uma melecada de gel.
Todos riram e Neville completou a explicação:
_E eu estava viajando com a minha avó, a convite de uma atriz brasileira trouxa, amiga dela, Fernanda Montenegro.
_Uau, Neville! _ exclamou Hermione _ Ela é uma das maiores atrizes em atividade. Teatro, cinema, televisão, ela está em todas e é reconhecida internacionalmente.
_Pois é, Mione, nessa época é inverno lá no Brasil e, naquela cidade, faz um frio considerável. Ela nos convidou para o Festival de Cinema que ocorre lá, anualmente. Ficamos em um hotel no centro da cidade e, uma tarde, fomos a um restaurante chamado “Casa da Velha Bruxa” para tomar um chocolate, que é excelente. Para meu espanto e alegria, dei de cara com Luna em uma das mesas. Começamos a conversar e descobrimos tantas coisas em comum entre nós... eu já tinha uma queda por ela, desde o quarto ano, mas vocês conhecem a velha timidez do Neville aqui. Incrivelmente, descobri que ela desaparece quando estou em companhia de Luna. Mas, pelo que vejo, não fui o único a criar coragem para dizer à pessoa amada o que sente, não é?
Entre risos, todos concordaram e Neville comentou:
_Algum de vocês notou alguma coisa estranha? Há cerca de umas duas horas atrás minha Mimbulus mimbletonia floriu de repente, totalmente fora de época.
Harry e Gina olharam um para o outro e ficaram em silêncio, não se sabendo qual dos dois estava mais vermelho, enquanto os outros olhavam, sem entender nada.
Mas, como nem tudo nesta vida é diversão, um pouco depois da bruxa do carrinho de comida passar, eis que vinham se aproximando da cabine...
_Vejam quem vem lá. _ disse Neville.
_É o suficiente para estragar a digestão de qualquer um. _ comentou Rony.
_Espero que passem direto. _ disse Gina, com uma expressão de desagrado no rosto.
_Podem perder as esperanças. _ comentou Hermione _ Eles já nos viram e vêm direto para cá.
O trio da Sonserina estava chegando, ainda em trajes trouxas, Malfoy só nas grifes, como sempre: camisa Tommy Hilfiger, calça jeans Diesel, sapatênis Schio e óculos Harley-Davidson. Uma capa de revista.
_Vejam só. _ disse Malfoy _ Os “Insuportáveis Inseparáveis”, com bônus. Já viram três casais mais esquisitos? Potter e Weasley; Weasley e Granger; Longbottom e Lovegood.
Harry olhou para os sonserinos, medindo-os de cima a baixo e disse, calmamente:
_Olhem quem veio nos visitar: Moe, Larry e Curly.
Hermione e Luna riram, com conhecimento de causa. Rony, Gina e Neville os acompanharam. Malfoy replicou:
_A quem está chamando de pateta, Testa Aberta?
_Testa Aberta mas, pelo menos, estou aqui em companhia de amigos de verdade e abraçado a alguém de quem eu realmente gosto, em vez de estar ladeado por dois trasgos. Francamente, Malfoy, só mesmo a Pansy Parkinson para topar ficar com você, tendo essas gárgulas por perto. _ ninguém percebia mas Harry fazia, disfarçadamente, pequenos gestos com as mãos. _ Mas poderia ser pior. Só faltava vocês estarem com as calças arriadas.
Naquele instante, Crabbe comentou:
_Ei, Draco, está ventando nos Países Baixos ou é impressão minha?
Os três olharam para baixo e viram que estavam com as calças arriadas até a altura dos tornozelos. Pelo menos as cuecas estavam limpas. As de Malfoy eram azul-claras, com o pato da Brooksfield. Crabbe usava um bem comportado modelo boxer em preto. Já Gregory Goyle...
Goyle vestia uma cueca lilás, bastante cavada, parecida com um modelo asa-delta, com bordas brancas e uma estampa na frente, representando uma varinha, com o texto: “Playing with The Wand”. Os Inseparáveis olharam para aquilo e não resistiram. Explodiram em uma gargalhada retumbante. E não foram os únicos.
Atraídos pelo som dos risos, vários colegas saíram de suas cabines e deram de cara com aquela cena no corredor do trem.
_Mas o que é isso?
_Que é que está pegando?
_Que exibidos!
_Esse é o Malfoy. Mauricinho até as cuecas, como disse a Rita Skeeter naquele artigo.
_E que pernas! _ dizia uma garota da Lufa-Lufa.
_Devem ser as mais bonitas de Hogwarts. Venceriam qualquer concurso.
_Não sei não, gente. Dizem que o Harry passou o verão todo malhando. Deve estar parelho com o Malfoy.
_Deve estar um gato!
_Yummy!!!
_Isso ninguém sabe, nem mesmo a Cho, que o namorou no ano passado.
_Muito menos _ ouviu-se a voz de Cho _ aquela enferrujada Weasley, que arrasta a asa para ele desde que era caloura (Harry e Gina olharam um para o outro e Harry comentou: “Imaginem quando ela souber que a ‘enferrujada’ é a dona do meu coração”).
_Mas falando em cuecas...
_Pois é, a do Goyle é uma gracinha.
_Acho que já vi algo igual.
_Sim, na Trapobelo Moda Mágica.
_Com certeza, na seção EFS.
_EFS?
_Elfos, Fadas e Semelhantes.
_Ai, mas que meeeeeeiiiiiiiiiigoooooo!!!
_Cuti, cuti, cuti.
_Gracinhas.
_Mimosos.
Os três arrumaram as calças, vermelhos até a raiz dos cabelos e saíram, em meio aos apupos dos outros alunos. Embora tivesse pago outro mico histórico,até mesmo Draco também achara graça nas cuecas “élficas” de Goyle.
Depois daquelas cenas memoráveis, os seis ocuparam-se de coisas mais agradáveis. Harry abriu a embalagem de um sapo de chocolate e disse:
_Nicolau Flamel. Completei minha coleção de cards. Lembram-se de Nicolau Flamel?
_Como poderíamos esquecer? Foi a nossa primeira grande aventura, a Pedra Filosofal. _ disse Rony.
Hermione comentou:
_Harry, você não devia dar bandeira, usando telecinese dessa forma. Se bem que eles mereceram. Vocês notaram que há algo de diferente no Malfoy?
_Para mim, continua desagradável como sempre. _ disse Luna.
_Eu notei. _ Harry falou _ Notei desde o Beco Diagonal. Ele está usando mais grifes trouxas que de costume, quando comentei sobre os Três Patetas ele disparou a resposta no ato e, principalmente, ele parece não estar carregando tanto nas brincadeiras de mau gosto, como se ele mesmo não achasse mais tanta graça nelas. E lá no Beco Diagonal ele chegou a pedir desculpas por uma gafe que cometeu.
_Draco Malfoy pedindo desculpas? _ espantou-se Gina.
_Não choveram canivetes abertos nem caiu neve cor-de-rosa na hora? perguntou Luna.
_Alguém tinha uma máquina para registrar esse momento histórico? _ lembrou-se Neville.
_Não _ riu Harry _ , mas ouvi há pouco uma coisa da qual não gostei.
Hermione acertou na mosca:
_O comentário de Cho?
_Exatamente. Eu não esperava uma grosseria dessas da parte dela.
_Parece que o nosso dragãozinho chinês não é tão bonzinho e está começando a soprar seu fogo. _ disse Gina _ Eu percebi que ela está com o coração e o orgulho feridos e não me parece ser alguém que gosta de perder.
_Mas, se ela está pensando em uma disputa _ sentenciou Harry _ já perdeu antes mesmo de começar. Além de eu não ser um prêmio, sou homem de uma mulher só e vocês sabem muito bem a quem me refiro. _ concluiu, dando um selinho em Gina.
_Só que eu acho _ Rony se manifestou _ que daquela garota poderemos esperar mais artilharia. E da bem pesada.
Harry suspirou e disse:
_Era tudo o que eu estava precisando. Como se já não bastasse a guerra contra Voldemort... ora, controlem-se, eu já disse... e os Death Eaters, ainda ter de me proteger do bombardeio de uma garota rica e mimada, que não sabe quando parar com seus caprichos.Bem, acho que está na hora de nos trocarmos. Logo estaremos chegando a Hogsmeade. Vamos tentar pegar o mesmo coche.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EU RECOMENDO

RESTAURANTE TEHAMA








Para aqueles que apreciam pratos bem preparados e de sabor mais picante, uma boa pedida é o Restaurante Tehama, verdadeiro representante de um conceito gastronômico que, embora existente desde a década de 40, somente aportou na capital gaúcha no ano de 2008, a culinária TEX-MEX, comida americana (TEXas), porém com raízes mexicanas (MEXico).

Com elaboradas receitas em mais de 50 pratos de característico sabor, constituindo um variado cardápio com petiscos, grelhados, pratos típicos, sobremesas e uma excelente carta de bebidas, incluindo vinhos, espumantes, cervejas, coquetéis, com destaque para aqueles à base de tequila e outras.


Localizado na Rua Desembargador Augusto Loureiro Lima, Nº 165, esquina com a Avenida Nilo Peçanha, bairro Petrópolis, o restaurante de arquitetura contemporânea representa um ambiente ao mesmo tempo sofisticado e alegre, proporcionando agradáveis (e saborosos) momentos aos seus freqüentadores. Maiores detalhes podem ser conferidos através do site (www.tehama.com.br).

J. M. Flamel

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

CAPÍTULO 4

ÚLTIMOS DIAS DE FÉRIAS




De volta à Toca, o clima era meio sombrio, afinal de contas, haviam presenciado duas mortes em seguida, descobrindo que Voldemort realmente ainda tinha espiões infiltrados no Ministério. Todos especulavam sobre quem seria o envenenador misterioso. Rony lançou seu palpite:
_Snape...
_Ah, Rony _ disse Hermione, exasperada _ quantas vezes você já suspeitou de Snape e jamais esteve certo! Ele já provou ser leal a Dumbledore e Dumbledore confia nele.
_Vocês dois podem estar certos _ disse Mason, que havia acabado de entrar. _ Snape é espião da Ordem da Fênix junto aos Death Eaters e é também um dos maiores especialistas em poções e venenos de toda a bruxidade. Mas Voldemort não confia inteiramente em ninguém, portanto deve, vez por outra, exigir provas de lealdade e, para consolidar sua posição e não despertar suspeitas, Snape cumpre algumas missões. No caso de Karkaroff, ele deve ter orientado Carpenter sobre qual veneno utilizar para mata-lo e para se suicidar em caso de captura.
_Então Snape pode ter prestado uma assessoria...
_Sim. Mas acho que Dumbledore estava ciente de que seria inevitável uma situação dessas. Talvez Karkaroff tenha fornecido mais informações do que deixou transparecer. Voldemort deve ter ficado com medo do que ele pudesse revelar e providenciou o seu fim.
_Quer dizer que foi como um gambito? _ perguntou Rony, que era um excelente jogador de xadrez de bruxo _ Uma jogada de sacrifício, como no xadrez quer dizer, sacrificar um peão para capturar um cavalo ou...uma rainha?
_Possivelmente, Rony. Assim Snape conquista a confiança de Voldemort e continuamos com o nosso espião entre os Death Eaters, o que seria a rainha a ser conquistada. Agora, falando de coisas mais alegres, acho que vocês não precisam de mais aulas, por enquanto. O conhecimento de Ninjutsu que vocês adquiriram deverá bastar até que seja necessário. Qualquer coisa, me procurem em Hogwarts.
_???
_Ora, eu queria fazer surpresa, mas vocês logo iriam descobrir. Dumbledore me convidou para ser professor de Defesa Contra as Artes das Trevas este ano e eu aceitei. Acho que tenho chances de durar mais do que os outros, não acham?
_Acredito que sim, disse Harry rindo. Pelo menos pode se defender melhor do que seus antecessores. Então o senhor já está indo, Sr. Mason?
_Sim, Harry. Mas poderemos nos encontrar no Beco Diagonal daqui a mais alguns dias. Afinal de contas vocês precisam comprar seu material e eu tenho uns compromissos lá, com Madame Malkin e o Sr. Olivaras. Poderíamos passar a noite no Caldeirão Furado e tomarmos juntos o Expresso de Hogwarts, o que vocês acham?
_Achamos ótimo. _ disse Rony. Poderemos, inclusive, ver as novidades na loja de Fred e Jorge.
_E temos muita coisa nova para mostrar. _ comentou Jorge.
_Por mim, _ disse o Sr. Weasley _ não há problema nenhum.
_Então está combinado. Vamos nos encontrar no Caldeirão Furado, daqui a três dias. Até lá.
E, com um estalido, desaparatou.
Uns dois dias antes de as férias terminarem, Mason entrava pelo atelier de Madame Malkin, com um embrulho nos braços:
_Madame Malkin, aqui está o pacote. Dá para fazer o que eu pedi?
_Com certeza, Mason. É muito fácil. Até o final da tarde estará pronto. Mandarei uma bolha de mensagem assim que terminar. É melhor, pois ela o encontrará em qualquer lugar em que esteja.
Saindo da loja, circulou pelo Beco Diagonal, olhando as vitrines e chamando um pouco de atenção, pois debaixo da capa não usava vestes costumeiras de bruxo, mas um quimono japonês que o fazia parecer um Daimio do período feudal. Mas, quando era reconhecido, todos compreendiam, porque já sabiam de quem se tratava, pois Mason tinha um jeito peculiar de se vestir. Olhou as novidades na Floreios e Borrões, deu uma passada na Gemialidades Weasley, onde conversou um pouco com Fred e Jorge, comprou um distintivo dos Wimbourne Wasps, seu time de Quadribol preferido, na Artigos de Qualidade para Quadribol e, finalmente, ao passar pela sorveteria de Florean Fortescue...
_Sr. Mason, venha. Junte-se a nós. _ ouviu- se a voz de Hermione.
Sentou-se junto aos amigos e pediu um sorvete, sendo atendido pelo Sr. Fortescue em pessoa:
_Mason! Há quanto tempo que não o vejo.
_Estive meio ocupado, Fortescue. Mas agora já posso respirar mais tranqüilo.
_Eu soube do que aconteceu no Ministério. Você estava lá?
_Estava. Aliás, todos nós estávamos e vimos Karkaroff morrer na nossa frente. O assassino depois cometeu suicídio.
_Que loucura. Mas o nome de Sirius Black foi reabilitado. Pena que foi póstumo. Você se lembra, Harry, quando você estava no terceiro ano e todos pensavam que Sirius fosse o traidor dos seus pais e que estivesse atrás de você para terminar o serviço?
_Lembro, Sr. Fortescue. Foi um ano bem diferente aquele. Mas ganhamos a Taça de Quadribol. Desde então ela está na Grifinória.
_Melhor lá do que na Sonserina. Até mais. _ e retirou-se para o interior da sorveteria.
_Falando em Sonserina... _ murmurou Rony.
Chegara à sorveteria e sentara-se em uma mesa ao lado o trio menos querido por eles: Draco Malfoy, Vincent Crabbe e Gregory Goyle. Draco olhou e disse:
_Vejam, os “Insuportáveis Inseparáveis” hoje têm companhia. Mesmo para um bruxo essa “camisola” fica esquisita. _ Crabbe e Goyle riram, com o seu costumeiro jeito abobado.
Veja como fala com o nosso próximo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Malfoy. _ disse Harry. _ Apesar de não ser o seu normal, tenha um mínimo de respeito.
Sentindo que pisara em terreno perigoso, Malfoy procurou desviar o assunto para outro rumo:
_Então reabilitaram seu padrinho Sirius Black, não é, Potter? E onde ele está? Ainda fugido, sem saber que é inocente?
Harry fez menção de se levantar, mas foi agarrado por Rony.
_Que surto foi esse, Potter?
_Mais respeito para com os mortos, Sr. Malfoy. _ disse friamente Mason. _ Se o seu pai não estivesse trancafiado em Azkaban em vez de, como sempre, com o nariz enfiado no Ministério, o senhor saberia que a reabilitação foi póstuma.
Corando levemente, Draco disse:
_Eu não sabia. Desculpe.
Hermione e Rony olharam para o céu, em busca de sinais de temporal: Draco Malfoy pedindo desculpas?!
_Tudo bem. _ disse Harry, também meio surpreso _ Mas cuide com a língua para não dizer mais besteiras.
Chegaram os pedidos da outra mesa e Malfoy começou a tomar seu sundae, que tinha uma avantajada bola de sorvete de uva em cima. Todos notaram que Malfoy vestia, por debaixo da capa, um jeans Diesel e um moleton imaculadamente branco, com a figura de um pato selvagem em vôo. Algo estranho para um bruxo puro-sangue que desprezava coisas de trouxas: roupas de grife.
_Brooksfield? _ comentou Mason.
_Exato. Só estou admirado que alguém com tão pouco gosto para se vestir entenda de grifes trouxas.
Naquele instante, uma bolha de mensagem veio flutuando e pairou no ar, em frente a Mason. A bolha se rompeu e surgiu, diáfana, a imagem de Madame Malkin dizendo:
_Mason, querido, os três ternos Armani que você deixou para que eu enfeitiçasse já estão prontos. Pode vir buscá-los na hora em que quiser.
Harry, Rony e Hermione abafaram o riso, enquanto Draco ficava roxo, quase da cor do sorvete.
_Tá legal, essa eu mereci. Mas que esse quimono fica esquisito, isso fica. Quem não conhecesse sua fama, Sr. Mason, acharia bastante... “élfico”.
_Falando em coisas delicadas, Sr. Malfoy, o senhor sabe que eu e seu pai fomos contemporâneos em Hogwarts, graças a Deus que não na mesma Casa. Naquele tempo ele já usava os cabelos compridos, seguros com uma presilha. Tiago e Sirius freqüentemente chamavam-no “Loira fru-fru” e olhe, se ele não tivesse começado a namorar Narcisa, sua mãe, quando estavam no quinto ano, até hoje todos pensariam que ele fosse fada.
_Pegou pesado, Sr. Mason. _ disse Harry, sorrindo, enquanto Draco, mais uma vez, corava violentamente e a dupla de trogloditas, Crabbe e Goyle, disfarçava meios sorrisos.
_Crabbe e Goyle. Realmente, vocês herdaram o QI dos pais. Nos tempos de Hogwarts, diziam que eles eram os que mais achavam graça da mesma piada, porque riam dela três vezes: a primeira, quando era contada, a segunda, quando era repetida, com explicações e a terceira meia hora depois quando, finalmente, eles entendiam (aí foi a vez de Draco sorrir, disfarçadamente). Sinceramente, não sei como aquelas duas antas conseguiram se formar. Sequer sabiam diferenciar as extremidades de uma vassoura.
Sentindo que o clima não estava dos melhores para eles e confirmando o que havia ouvido no início das férias, Draco pagou o sorvete, mal tocado, começou a se levantar para sair e...
A taça de sorvete que estava perigosamente na borda da mesa caiu, derramando seu conteúdo vivamente roxo bem em cima do alvo moleton de Draco Malfoy, formando uma enorme mancha semelhante a um mapa.
_Se eu fosse você, Sr. Malfoy, procuraria lavar logo esse moleton, pois uma mancha do sorvete de uva do Sr. Fortescue é difícil de tirar, até mesmo com magia ou com o Removedor Mágico Multiuso da Sra. Skower.
Bastante desapontado, Malfoy saiu da sorveteria, seguido por Crabbe e Goyle, que também haviam levado respingos do sorvete derramado.
Quando desapareceram de vista, Hermione comentou:
_Sr. Mason, aquela taça não estava tão perto da borda, eu a vi se movendo. Que feitiço o senhor usou?
_Nenhum. Usei telecinese.
_A capacidade de mover objetos com a força da mente? Como o senhor conseguiu? E não foi um pouco de exibição?
_Desculpe, o cara é tão desagradável que não pude resistir. É fácil para quem controla o Ki. Depois eu lhes ensino como fazer mas, agora... _ e fez um gesto rápido para o lado. Em seguida, disse baixinho para dentro de sua mão: _ Vá a um lugar discreto, volte à sua forma humana e junte-se a nós. _ abriu a mão e um besouro saiu voando.
Hermione perguntou:
_Sr. Mason, não era...
_Exatamente, Srta. Granger.
Logo em seguida, Rita Skeeter estava sentando-se à mesa com eles. Diante da cara de desagrado de Hermione, ela logo disse:
_Calma, Srta. Certinha. Vim em paz. Vi aquele cretino do Malfoy vindo para cá e farejei uma boa matéria para o Semanário das Bruxas, já que a edição desta semana sairá amanhã e, com isso que aconteceu agora, já tenho o que escrever na minha coluna.
_Voltou a escrever para o Semanário, Rita?
_Voltei, Hermione, mas estou cumprindo a promessa que você me obrigou a fazer. Não estou pegando pesado com ninguém... até agora. Aquela peste me sacaneou e agora já tenho como dar o troco.
_Como foi que lhe readmitiram, Rita?
_Foi graças a você, Harry. Aquela entrevista que saiu no Pasquim, ano passado, serviu para reerguer meu nome como repórter. Depois que o Profeta Diário a comprou, o Sr. Lovegood julgou que eu merecia alguma compensação e me remunerou com o suficiente para eu me reerguer financeiramente. Depois o Semanário considerou que eu tinha talento suficiente para voltar a ter uma coluna e, desde então, escrevo nas Sociais e procuro não exagerar nos mexericos. Mas, quando tenho a oportunidade de desancar alguém ligado às Trevas, sinto um prazer todo especial.
_Por que? _ perguntou Rony.
_Posso ser uma repórter de fofocas, Rony Weasley, mas odeio Vocês-Sabem-Quem e os Death Eaters tanto quanto qualquer bruxo decente. Também perdi familiares para aqueles nojentos. Aliás, minha sobrinha Arianne, que teve os pais assassinados por eles, vai começar em Hogwarts este ano.
_Que bom, Rita. – disse Mason. Espero que ela vá para uma Casa decente.
_Rita, _ perguntou Hermione _ de qual casa você era?
_Eu era da Lufa-Lufa. Primeiro o Chapéu Seletor quis me mandar para a Corvinal, mas eu disse a ele que não estava à altura, então pedi que me colocasse na Lufa-Lufa. Acho que eu fui a única pessoa até hoje que conseguiu deixa-lo surpreso.
_E você se deu bem lá?
_Adorei. Conheci pessoas ótimas, tais como a mãe de Susana Bones e Alice Westenra, que se casou com Frank Longbottom, os pais de Neville.
_Westenra? Descendente de Lucy Westenra? Aquela que foi vampirizada por Drácula?
_Sobrinha-bisneta. Lucy tinha um irmão, Richard, que era bruxo e estava na Malásia naquela época. Quando ele soube da morte dela, voltou para a Europa, quase a tempo de ajudar Van Helsing, Harker, Holmwood, Morris e Seward a destruir o vampiro. Infelizmente, Quincey P. Morris foi morto pelos ciganos do Conde. Ao retornarem à Inglaterra, conheceram-se e criaram a Sociedade da Cruz de Prata que, desde então, dedica-se à destruição dos vampiros por todo o mundo, atualmente formada por seus descendentes. Alice fazia parte dela, além de ser Auror, juntamente com Frank. Eles pediram que o Sr. Stoker não citasse isso no seu livro, para não chamar a atenção.
_Que interessante _ comentou Harry _ Acho que foi por essa herança familiar que Neville foi selecionado para a Grifinória. No final do último ano letivo ele fez jus a ela...
E começou a devanear, lembrando-se do duelo com os Death Eaters, no Departamento de Mistérios. Procurou voltar à realidade, antes que suas lembranças chegassem à parte em que Sirius era morto. _ Mas eu pensava que ela fosse da Grifinória
_Não, ela era da Lufa-Lufa e era muito amiga de sua mãe, Harry. Frank Longbottom é que era da Grifinória. Vou mandar um exemplar de cortesia do Semanário para vocês. Estão hospedados no Caldeirão Furado, não é?
_Sim, Rita. Estamos esperando para ver o que você vai escrever. _ disse Mason _ Bem, acho que já vamos indo. Até mais.
_Até mais, Mason. Hoje à noite estarão recebendo a revista.
Saíram da sorveteria e dirigiram-se à loja do Sr. Olivaras, onde Mason tinha outro compromisso.
_Mason, que prazer em vê-lo. Sua encomenda já está pronta. Venha ver. Que surpresa, Srta. Granger e Srs. Weasley e Potter. Sejam bem-vindos.
O Sr. Olivaras mostrou uma varinha diferente, revestida em um metal que, primeiro, brilhou com uma luz azul que, logo em seguida, se apagou.
_Conseguiu fazer a liga, Sr. Olivaras?
_Consegui. Agora ficou perfeita.
Mason explicou:
_Eu precisava de uma varinha que pudesse ser escondida dentro da manga de um terno trouxa, presa a um sistema de saque-rápido. Para isso, Madame Malkin enfeitiçou alguns ternos, para que o sistema não ficasse visível, vejam.
E mostrou o braço esquerdo, onde um sistema de saque-rápido com um trilho, onde a varinha corria para a mão a um toque do botão oculto à altura do pulso.
_Engenhoso e inesperado _ disse Hermione. _ um sistema mecânico, algo em que a maior parte dos bruxos jamais pensaria. Mas seria preciso uma varinha que pudesse ser...
_Telescópica. O Sr. Olivaras e eu criamos essa varinha, com cerne de três fios de cauda de unicórnio trançados, para aumentar a resistência. A madeira é de acácia, uma árvore toda especial, com grande importância para certas ordens esotéricas, principalmente a dos Pedreiros Livres. Segundo a tradição, a Arca da Aliança era feita de madeira de acácia, revestida de ouro.
_Acho que já posso fazer uma idéia de onde vem o seu sobrenome, Sr. Mason _ comentou Hermione.
_Não seria, também, pelo primeiro nome do meu pai, Hiram?
_Também por essa razão.
_Bom, continuando, desenvolvemos uma varinha telescópica, acionada por este botão na empunhadura. Mas precisávamos contornar o problema do desgaste que a madeira iria apresentar.
_Então _ continuou o Sr.Olivaras, _ começamos a procurar uma liga metálica para revestir a varinha e que não prejudicasse a sua magia, potencializando-a, se possível. E encontramos, combinando a proporção exata de ouro, aço e Mirtheil.
_O senhor usou Mirtheil? Mas ele não é muito instável e perigoso? _ perguntou Hermione.
_O que é Mirtheil, Hermione? _ perguntaram Harry e Rony.
_Se vocês prestassem mais atenção às aulas do Prof. Binns (Harry e Rony murmuraram: “Como se isso fosse possível por mais do que dez minutos”), saberiam que o Mirtheil é um metal mágico lendário, do qual, supostamente, eram feitos o martelo de Thor, chamado Mjolnir, assim como a lança de Odin e a espada do Rei Arthur, Excalibur. Ele é conhecido como metal inteligente, pois a cada batalha ele aprende e se adapta às táticas e golpes, tornando-se mais forte. Para começar a adquirir força, ele deve aceitar um senhor e não mais se separar dele. Somente é destruído se for jogado ao seu local de origem. Mas ele pode ficar incontrolável e sedento de sangue, ansiando por mais e mais batalhas.
_Exatamente, Srta. Granger. _ disse o Sr. Olivaras. Mas descobrimos que, se dopado com aço e ouro, na proporção exata, teríamos a liga perfeita, com um metal inteligente e obediente.
_E onde foi que conseguiram? Não me digam que as forjas de Moria são uma realidade.
_São, Srta. Granger, Tolkien não estava inventando coisas. Só que as forjas e a jazida de Mirtheil, que ele chamou de Mithril nos seus livros, não ficam em uma fictícia Terra-Média, mas sim na Europa, mais precisamente na Alemanha.
_Então o senhor sabe onde fica Drachenschlaft? O local que é citado no Elder Edda?
_Claro, qual o artífice de objetos mágicos que não saberia?! O problema é que procuramos evitar trabalhar com o Mirtheil, devido à sua instabilidade. Mas o ferro existente no aço acaba por amansá-lo e mantê-lo sob controle. Estou fazendo mais algumas varinhas desse tipo, destinadas aos Aurores. Serão uma vantagem contra os Death Eaters, principalmente porque, devido à inteligência do Mirtheil, elas não são detectáveis por sensores de atividade mágica, aparelhos semelhantes a radares trouxas, que acionam alarmes em caso de feitiços ou varinhas não autorizadas, em determinada área.
_Acredito que sim mas, como evitar que eles tenham acesso a Drachenschlaft?
_Protegemos o local com vários feitiços e armadilhas mágicas, a fim de que eles não possam entrar.
Mason julgou já estar na hora de irem.
_Obrigado, Sr. Olivaras. Devemos retornar ao Caldeirão Furado, pois ainda tenho umas coisas a ensinar aos jovens aprendizes de Ninja.
_Tenho certeza de que aprenderão esplendidamente os seus ensinamentos. Boa tarde.
_Boa tarde e muito obrigado, Sr. Olivaras.
Retornaram ao Caldeirão Furado e foram banhar-se antes do jantar. Mais tarde, após uma excelente refeição, estavam em uma sala reservada, onde Mason ensinava a eles o uso da telecinese:
_Concentrem-se no objeto e em como querem que ele se mova. O Ki fará o resto. Experimente, Sr. Weasley.
Rony concentrou-se e fez uma maçã levitar até sua mão. Em seguida foi a vez de Harry e Hermione, que fizeram com que uma pêra e uma laranja descrevessem órbitas harmônicas entre si.
_Muito bem. Vocês viram que os gestos das mãos ajudam a direcionar o movimento dos objetos. Parabéns pela rapidez com que aprendem.
No instante seguinte, uma coruja entrou e deixou cair um pacote cilíndrico no colo de Hermione e foi embora.
_Deve ser a última edição do Semanário das Bruxas. Vamos ver o que aquela enxerida escreveu. _ disse Hermione, abrindo a revista, direto na coluna de Rita Skeeter. A matéria tinha o título:
“O MICO DA SEMANA
Bruxo Mauricinho Leva nos Dedos
Sabemos que os bruxos, em sua imensa maioria, cometem enganos terríveis na hora em que precisam se vestir como trouxas, não sabendo combinar peças ou usando trajes totalmente inadequados. Porém há o outro extremo, no qual bruxos de bom gosto e bom bolso mostram-se bastante fashion e, por vezes, verdadeiras cópias de modelos de revistas trouxas. Inclusive sabe-se que várias grifes trouxas têm uma divisão secreta para atender a bruxos que apreciam seus produtos. Certamente é uma demonstração de bom gosto, pois sabemos que o próprio Ministro da Magia, Cornelius Fudge, aprecia bastante ternos da grife brasileira Ricardo Almeida e Alvo Dumbledore, Diretor de Hogwarts, ao se disfarçar como trouxa, gosta dos alfaiates de Saville Row, além de que o próprio Harry Potter resolveu variar um pouco o visual e, vez por outra tem sido visto com óculos de sol Oakley no seu grau que, aliás, lhe ficam muito bem. Vestidos YSL, Versace, Givenchy e Issey Miyake, além de bolsas Prada e Louis Vuitton são freqüentadores do guarda-roupa da bela e vaidosa Narcisa Malfoy, nem todos eles, dizem as más línguas, presenteados por seu marido, Lucius Malfoy. Aliás, quanto a Lucius, todos sabem que ele é proprietário de uma grande empresa trouxa de importação e exportação sendo obrigado, por mais que despreze os trouxas, a fazer negócios com eles. Nessas ocasiões ele não abre mão de elegantes trajes Hugo Boss. Só espero que essa marca também confeccione trajes no modelo dos uniformes do presídio de Azkaban, pois é a única roupa que Lucius vai usar por um boooooooom tempo. Falando nos Malfoy, o jovem Draco também não fica atrás no gosto por roupas esporte de grife, tendo uma predileção especial por jeans da marca Diesel, óculos Arnette, sapatênis italianos e outras peças da grife brasileira de roupas esporte Brooksfield, marca do moleton que, hoje, acabou ganhando uma mancha de sorvete após um comentário totalmente desastrado, onde disse que o Auror Derek Mason, próximo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts (espero que dure mais do que seus antecessores) não tinha o menor gosto para se vestir, tendo sido obrigado a ouvir Madame Malkin dizer, em uma mensagem, algo sobre três ternos Armani que já estavam prontos (o banho de sorvete veio logo em seguida). Depois desse mico, espero que o jovem Draco Malfoy aprenda a segurar sua língua afiada, antes que o próximo ferimento que ela possa lhe proporcionar seja bem mais sério do que uma situação constrangedora e um banho de sorvete em um final de tarde.”
_Uau, Rita pegou pesado. _ comentou Harry. _ Se você ler nas entrelinhas, ela dá a entender que Lucius precisa se abaixar para passar pelas portas, e não é por estatura.
_Draco vai ter um ataque quando ler o Semanário amanhã. _ disse Rony. _ Certamente duas em seguida será demais para aquela cabecinha oxigenada.
Aos risos, todos prepararam-se para irem dormir, pois estariam embarcando para Hogwarts no dia seguinte. Harry notou que Rony conversava em voz baixa com Mason. Não ouviu toda a conversa nem quis, porque não lhe interessava e poderia ser algo reservado, mas não pôde deixar de ouvir uma parte, na qual Mason dizia:
_É meio irregular mas, se é como você me explicou, então é por uma boa causa. Tudo bem.
_Obrigado, Sr. Mason. Sua confiança em mim não será desperdiçada.
Em seguida, subiu para seu quarto e preparou-se para dormir mas, ao recostar sua cabeça no travesseiro, não pôde evitar um sorriso ao se lembrar de ter visto Malfoy ser exposto ao ridículo mas, ao mesmo tempo, achou que ele estava agindo um pouco diferente (“Draco Malfoy pedindo desculpas por algo que disse?”). Finalmente fechou os olhos, por último pensando em várias coisas que teria de fazer no dia seguinte, nem todas agradáveis, porém todas elas importantes e necessárias.

Pela manhã, Harry despertou , fez sua higiene matinal e desceu para o café. Não encontrou os amigos, apenas o dono do bar, Tom, que lhe disse:
_Sr. Potter, seus amigos acharam que o senhor precisava dormir um pouco mais. Eles foram mais cedo para King’s Cross. Receberam corujas convocando os monitores para uma reunião preliminar no Expresso, com os professores. O Sr. Mason também já foi.
_Está bem, Tom. Vou tomar meu café e já vou indo. Minha bagagem já desceu?
_Já. Sr. Potter. Também tomei a liberdade de chamar um táxi-bruxo para o senhor. Aliás, chegou a ler o Profeta Diário de hoje?
_Ainda não, Tom. Por que?
_Parece que foram vistos Death Eaters em Nottingham ontem e que a líder do grupo era aquela doida da Bellatrix Lestrange. Os Aurores já foram para lá.
_O que há de importante por lá, Tom?
_Nada que eu saiba, Sr. Potter. Apenas livrarias e bibliotecas bruxas. Oh, seu táxi já chegou.
_Obrigado, Tom. Até a próxima.
_De nada, Sr. Potter. Boa viagem e tenha um bom ano em Hogwarts.
Harry embarcou no táxi-bruxo, que tinha a aparência de um Austin FX4 comum mas, por dentro, era espaçoso como uma van. Harry folheou o Profeta Diário e leu a reportagem.
Mas o que eles estão querendo com livrarias e bibliotecas? A não ser que... Mas não concluiu seus pensamentos. O táxi havia parado bem na entrada da Estação de King’s Cross. Harry levou sua bagagem para um carrinho e dirigiu-se para a barreira divisória entre as plataformas nove e dez. Displicentemente encostou-se nela e a atravessou, indo parar do outro lado, na Plataforma 9 ½, onde a locomotiva a vapor vermelha do Expresso de Hogwarts esperava nos trilhos, pronta para conduzir os seus passageiros a Hogsmeade e de lá para Hogwarts. Etiquetou a bagagem e procurou algum rosto conhecido, para trocarem novidades das férias. Ao enxergar quem procurava, sorriu e encaminhou-se em sua direção.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

EU RECOMENDO

HOTEL RITTA HÖPPNER E MINIMUNDO










Com certa freqüência, postarei textos com a legenda “EU RECOMENDO”, a fim de dar dicas de lugares, livros, hotéis, restaurantes, etc. A primeira delas é sobre o Hotel Ritta Höppner e o belo parque de maquetes a ele pertencente, chamado Minimundo.

Em 1958, Otto e Ritta Höppner abriram seu hotel, cujo diferencial está na arquitetura tipicamente bávara e nos seus 14 chalés que, em lugar de serem designados por números, têm o nome de personagens de romances e de contos de fadas. Temos, portanto, os chalés Romeu, Julieta, João, Maria, Lobão, Lobinho, Branca de Neve, Príncipe, Atchim, Dunga, Mestre, Zangado, Dengoso e Soneca, vários com piscina térmica interna. Em cada um deles, o conforto e o cuidado com o bem-estar dos hóspedes estão presentes. Hospedar-se em qualquer um deles remete-nos aos mais ternos sonhos de nossa infância, em um ambiente aconchegante e com um serviço diferenciado.




É impossível deixar de sentir-se em um dos ambientes dos castelos de “Sissi” ou de pensar que está em um dos cômodos da mansão do Capitão Von Trapp, de “A Noviça Rebelde”, tendo a impressão de que, a qualquer momento, Julie Andrews e Christopher Plummer irão entrar pela porta da sala de refeições, durante o chá da tarde, com deliciosas opções de chás, doces e salgados, em uma experiência gastronômica que complementa o variado e saboroso café da manhã.






A partir de 2007, a tradição de conforto e requinte do Hotel Ritta Höppner repete-se, agora com os apartamentos do Hotel Ritta Höppner Residenz. São ambientes personalizados, que encantam a cada detalhe. O estilo bávaro presente na atmosfera envolve todos os ambientes, transportando você e sua família para um clima genuinamente europeu. São flats de 60 m², com TV LCD, banheira de hidromassagem e a decoração totalmente exclusiva, que transformam sua estada em Gramado em uma experiência inesquecível.







Aos hóspedes do Hotel Ritta Höppner e Ritta Höppner Residenz, é franqueado o acesso ao Parque Minimundo, espetacular vitrine de edificações da Europa, principalmente daAlemanha e Suíça, com destaque para a do Castelo Neuschwanstein, que demorou mais de 6 meses para ficar pronta, tendo sido a inspiração para o Castelo da Bela Adormecida de Walt Disney e, depois, para os castelos dos parques Disney, além de outras do Brasil, incluindo o Cais do Porto e a Usina do Gasômetro, ambas de Porto Alegre, igrejas de Ouro Preto e da América do Sul, com o Aeroporto Internacional de Bariloche, na Província de Rio Negro, Argentina.


A história do Mini Mundo nasceu de um sonho. Um sonho de fantasias onde podemos ver um mundo mais perfeito, e porque não até nós mesmos, com um pouco mais de diversão e imaginação.
Foram sonhos de uma família de imigrantes alemães que vieram ao Brasil em 1952 deixando a turbulenta Europa daqueles tempos. Otto, alemão, e Ritta, brasileira, juntamente com o filho, recomeçaram a sua vida com a construção do Hotel Ritta Höppner, em 1958, que cresceu sob os cuidados de sua matriarca, falecida em 1973.
Os netos foram o estímulo para que o avô Otto e o pai iniciassem a construção ao lado do hotel de uma pequena área de lazer, com casinha de brinquedos e balanços. Era apenas o começo....




O Mini Mundo nasceu mais tarde. Na área junto ao hotel já não cabiam todas as fantasias que a imaginação insistia em tornar concreto. Tudo teria que estar em uma escala menor, para que também pudesse ser visto de uma forma mais abrangente e simpática. Aqui uma cidade nasceria para ser vista de forma mais completa, do alto. Tudo sem esquecer a história, contada através dos castelos.





Uma cidade inteira, de brinquedo, ao ar livre. Brinquedos de adultos fabricados de forma artesanal, seguindo com fidelidade os projetos correspondentes, tudo 24 vezes menor que o original. Uma cidade multiétnica, como o nosso mundo real, que nunca pára de se reinventar, sempre de forma inovadora, vanguardista e criativa – como o sonho que a criou.
Hoje, já na quarta geração, a família segue construindo e mantendo esta obra de amor, que continua a despertar a criança que permanece sempre dentro de todos...

O Hotel Ritta Höppner está localizado bem próximo ao centro da cidade, na Rua Pedro Candiago, Nº 305, em Gramado-RS e o telefone para contato é (54)3286-1334.


Em breve, neste blog dos Bruxos-Ninjas, mais uma dica de "EU RECOMENDO".

J. M. Flamel





quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CAPÍTULO 3

ENTRA EM CENA DEREK MASON




Acostumado com os solavancos a cada desaparatação do Nôitibus, Lalau se locomovia com desenvoltura entre os leitos, até aquele em que Harry havia se instalado:
_Harry, então eu estava certo e você não estava louco. O Você-Sabe-Quem realmente voltou. E agora, como é que vai ser?
_Não sei, Lalau, mas eu vou continuar chamando o cara pelo nome dele, por mais que vocês tenham medo. Para mim não há o menor problema em dizer “Voldemort”
Lalau ficou branco até a ponta das orelhas de abano:
_Cara, me deixa pelo menos preparar o espírito. Vai ser difícil me acostumar a ouvir esse nome e sei que não serei o único.
_É verdade. Mas ele está aí e agora será preciso que cada um defina sua posição. Ele vai tentar de tudo para retomar o poder.
_Já vi que teremos a reprise dos Dias Negros, comentou Ernesto Prang lá da frente, sentado no banco do motorista.
Lalau perguntou:
_Você se lembra daquele tempo, Ernesto?
_Como eu haveria de esquecer, Lalau? Acha que eu sempre fui motorista? Foi um feitiço dos Death Eaters que me deixou manco e quase cego, tendo que usar estes óculos de fundo de garrafa. Eu tinha uma livraria especializada em livros raros e eles queriam uma coisa que eu já não tinha mais.
Harry perguntou:
_E o que era?
_Um livro de feitiços em sânscrito que, supostamente, tinha um feitiço capaz de defletir o Avada Kedavra.
_Não seria, por acaso, uma coisa assim como “Olho de Shiva”?
_Isso mesmo, Harry. Como você sabe? Esse feitiço está perdido e todos acreditam que é uma lenda.
Não querendo falar sobre o seu sonho, Harry apenas disse:
_Também ouvi falar da lenda, só não me lembro onde.
_Bem, o fato é que eu já não possuía mais o tal livro, mas os Death Eaters não quiseram nem saber. Me torturaram até que fiquei assim, manco e com essa baita deficiência visual. Nem mesmo no St. Mungus conseguiram dar jeito. O fato é que nem me lembro mais onde foi parar o tal livro. Cara, nem perguntamos para onde você vai.
_A Toca, em Ottery St. Catchpole.
_A propriedade dos Weasley? É para já.
BANG! O Nôitibus desaparatou e aparatou em Abergavenny, para deixar Madame Marsh, uma habitual passageira que desceu, não sem antes cumprimentar Harry e dizer:
_Eu também me lembro dos Dias Negros e espero que os Aurores não permitam que ele se fortaleça novamente. Boa sorte no seu sexto ano, Harry.
_Obrigado, Madame Marsh. Boa noite.
Lalau disse:
_Não cheguei a vivenciar os Dias Negros da mesma forma que os mais velhos, mas também perdi parentes nas mãos dos bruxos das Trevas, o que me faz odiar o V-V-Voldemort (e Lalau suou frio ao dizer o nome) tanto quanto vocês.
_Pelo menos você já está perdendo o medo de dizer o nome dele. Já é um bom começo.
_Harry, estamos quase chegando a Ottery St. Catchpole. Você ainda nem tomou seu chocolate.
_Vê se não vai derramar em cima de mim, como daquela vez.
Lalau serviu o chocolate a Harry, que o tomou e disse:
_Uma coisa é certa. Não há chocolate trouxa que se compare ao dos bruxos.
_Este aqui é especial. O cacau vem do Brasil.
_Uma delícia. Quanto mais até chegarmos?
_Já, já. Só mais uma aparatada e...
BANG! O Nôitibus parou bem em frente à entrada da Toca. Harry desembarcou com sua bagagem e, imediatamente, ouviu:
_HARRY!!! Mamãe, Harry chegou! _ ouviu-se a voz de Fred, que logo aparatou ao lado dele, para ajuda-lo com a sua bagagem.
_E aí, Harry, como foram as férias? Curtiu o discman?
_Bastante. Sabe que uma das melhores coisas foi que os Dursley passaram a me respeitar mais, principalmente quando o condicionamento físico do Duda começou a melhorar.
_Ele deixou de fumar? Tínhamos preparado um cigarro que faz o cara soltar fumaça pelas orelhas por dois minutos, cravados.
_Sim, ele largou. De outro modo não conseguiria me alcançar na corrida.
_Costume de trouxa que não entendo...
_Acredite, acho que vai me ajudar no Quadribol.
_Então parece que a taça vai continuar na Grifinória por mais um ano. _ a voz de Hermione se fez ouvir, no instante em que ela corria para abraçar Harry, que desapareceu debaixo da cabeleira fofa da amiga.
_Mione, que legal te ver. Obrigado pelos óculos, são sensacionais, o visual da Oakley é incrível.
_Achei que você fosse gostar. Mas que beleza, como você está “sarado”.
_Não sabia que ele estava doente, Mione. _ disse Rony, que chegou em seguida.
Revirando os olhos para o alto, Hermione disse:
_Ora, Rony, “sarado” é uma gíria para dizer que alguém está em boa forma física.
_Gíria de trouxa, eu sei. Um dia eu aprendo. Vamos lá para a sala, Harry. Mamãe e papai estão lá, com visitas que estão te esperando.
_Me esperando? Por que será?
_Não sei, mas venha logo. Vamos servir o jantar.
Foram para dentro e Harry ficou surpreso quando Percy Weasley aproximou-se dele e disse, sem aquele seu habitual tom pomposo:
_Harry, eu estava esperando que você chegasse, para pedir desculpas. Não acreditei em você, deixei que minha ambição profissional me cegasse, preferi puxar o saco do Fudge e acabei brigando com minha família. Agora fico feliz porque me aceitaram de volta.
_E o Fudge?
_Não me demitiu. Me manteve como Assistente Júnior e está valorizando o departamento do papai.
_Acho que o ano passado foi bem difícil para todos nós, Percy. Se eu não tivesse participado dos acontecimentos, também acharia que era loucura se alguém me dissesse que Voldemort (procurou não ligar para a careta que Percy fez ao ouvir o nome) havia voltado. Simplesmente não acreditaria. Aceito suas desculpas, Percy, mesmo tendo visto aquela carta que você mandou para o Rony. Só acho que é meio forçado achar que a Umbridge é “realmente encantadora”, não acha?
E, aos risos, juntaram-se aos outros. Na sala, sentados em poltronas, estavam o Sr. e a Sra. Weasley, além de um outro, que Harry não conhecia.
_Boa noite, Sr. Weasley.
_Boa noite, Harry. É muito bom te ver.
A Sra. Weasley abraçou Harry, daquela maneira que só ela sabia e que fazia com que ele se sentisse amado, assim como amava aquela família, como se fosse a sua própria.
_Harry, querido. Você está com uma aparência ótima. Bronzeado e em boa forma. Parece que os Dursley estão virando gente, até que enfim.
_É verdade, Sra. Weasley. Me trataram muito melhor neste verão. Mas se não fosse pelo “empurrãozinho” de vocês...
_Ninguém pode ser tão ruim, nem mesmo eles. Acho que só precisavam de um pequeno incentivo. Venha, Harry. Há alguém aqui que deseja conhecer você.
O homem que ele não conhecia levantou-se e se aproximou. Deveria andar pelos quarenta anos, embora somente os cabelos curtos, em estilo militar, fixados para trás com gel, algo grisalhos, com entradas e um pouco ralos no alto da cabeça denunciassem sua idade. Os olhos, por detrás de óculos com lentes retangulares estreitas em uma armação leve, em metal jateado, eram castanhos, brilhantes e penetrantes, como os de uma águia. O nariz, mediano e bem-feito, encimava uma boca com lábios não muito grossos nem finos demais, onde havia um sincero e gentil, porém alerta, sorriso. Com estatura de mediana para alta, talvez uns 1,78 m, ombros largos e compleição atlética, porém não exageradamente musculoso. Trajava-se como trouxa, mas com roupas que eram, de longe, reconhecidas como de grifes famosas, desde os mocassins Gucci modelo College, passando pelos jeans Hugo Boss até a camisa azul-clara remangada, com a marca Tommy Hilfiger no bolso. Em sua mão esquerda, um relógio Omega Seamaster Professional no pulso e, no dedo anular da mão esquerda, um anel com o brasão da Grifinória, igual ao de Harry. Era, com certeza, egresso de Hogwarts mas capaz de transitar com desenvoltura entre os trouxas, sem despertar a menor suspeita. Com um aperto de mão firme, cumprimentou Harry e apresentou-se:
_É um prazer conhecê-lo, Harry. Fui colega de turma de seus pais em Hogwarts e estive no seu batizado. Meu nome é Derek Mason.
_Da mesma forma, Sr. Mason. Então foram da mesma turma?
_Sim, Harry. Perdemos um pouco o contato quando fui fazer o curso na Escola de Aurores, mas depois nos reencontramos, na festa do seu batizado. Foi a última vez em que os vi. Estava em uma missão quando soube que Voldemort os matara. Primeiro eu pensei, como quase todo mundo, que o traidor tivesse sido Sirius mas, depois da suposta morte de Wormtail, me lembrei de que não poderia ser ele.
_Por que? _ perguntou Harry.
_Porque, certa vez, os Marotos precisaram, sei lá por qual razão, fabricar uma certa quantidade de Veritaserum e a cobaia foi Wormtail, meio que obrigado, é claro. O fato é que eu estava passando e não pude deixar de ouvir o final, onde perguntaram a ele se seria capaz de se sacrificar pelos amigos e ele disse que não.
_Ratazana podre. _ comentou Rony. Wormtail passara doze anos disfarçado como rato, tendo sido animal de estimação de Percy e, posteriormente, de Rony, quando descobriram a verdade sobre ele e souberam que Sirius era inocente, tendo passado doze anos preso injustamente em Azkaban. Rony odiava Wormtail tanto ou talvez até mais que Harry, pois não se conformava em ter dado abrigo àquele maldito Death Eater durante todo aquele tempo.
_Calma, Rony. Ainda o pegaremos. _ disse Hermione.
_Espero que essa oportunidade esteja reservada para mim.
_Não se preocupe, Rony, _ disse Mason. _ acho que os próprios Death Eaters não estão lá muito satisfeitos com ele. Wormtail é bastante malvisto, por ser um bruxo medíocre e covarde. Embora , de certa forma, seja perigoso, porque ele está sempre tentando provar sua lealdade a Voldemort e, por causa disso, sempre bolando planos malignos.
_Eu gostaria de encontrar aquele verme cara a cara, para detoná-lo à maneira trouxa, moê-lo de pancadas, pois ele não merece um duelo bruxo.
_É aí que o perigo aumenta, Harry, porque Wormtail agora possui aquela mão mágica que Voldemort conjurou para ele.Isso dá a ele um aumento de força física e canalização de poderes, como uma varinha. Existe apenas uma maneira de neutralizar essa vantagem dele.
_E qual é?
_É ter um Ki bastante forte, para criar uma aura de proteção para o corpo.
_???
_Ki é o nome em japonês para energia espiritual ou energia interior. Quem consegue controlá-la e canalizá-la, pode aumentar sua força física, ampliar poderes mentais, proteger seu corpo de danos físicos e, recentemente, descobri que se for combinada com a oclumência, pode até esconder sua presença.
_Como assim?
_Você pode estar cercado de pessoas e elas não percebem sua presença. Se o seu Ki for realmente forte, nem mesmo um dementador te perceberá, ainda que esteja do seu lado.
_Como sabe disso tudo, Sr. Mason? _ perguntou Harry.
_Vivi grande parte da minha vida no Japão. Durante os Dias Negros, quando Voldemort estava começando a adquirir poder, eu era uma criança e vivia em Londres. Meus pais foram mortos por Death Eaters e passei a viver com o pai adotivo de minha mãe em Tóquio. Logo ele se tornou meu Shidoshi.
_???
_Ele era Sensei do Ryu de Togakure.
Hermione perguntou:
_Seu avô adotivo era um mestre Ninja?
_Sim, Srta. Granger. Era o sucessor de Togakure.
Curioso, Rony perguntou:
_Ninjas? Aqueles mascarados peritos em lutas? Certa vez vi um filme trouxa onde aparecia um Ninja. O ator era um tal de Kosugi...Sho Kosugi.
_Ele é um mestre, mas os Ninjas eram e são muito mais do que lutadores. Com seus conhecimentos de química, psicologia, arte de disfarce e outros mais, eram os mais fortes e temidos guerreiros do Japão. Muitos até acreditavam que fossem feiticeiros, por conseguirem fazer coisas aparentemente impossíveis. Seu conhecimento de venenos e remédios obtidos na natureza é quase páreo para o de Snape. O fato é que ninguém os superava no combate corpo-a-corpo, fosse desarmado ou com alguma arma.
_Existiam escolas Ninja do mal, como nos filmes? _ perguntou Harry.
_Sim, Harry. Mas foram destruídas. O problema é que sempre sobra algum mestre ou aluno adiantado que passa adiante os conhecimentos negros. É mais ou menos como bruxos das Trevas. Você desmantela um grupo e logo surge outro. A última escola negra de que se tem notícia foi destruída na década de 1980, o Ryu de Kuji-Kiri, onde ensinavam técnicas proibidas, principalmente uma chamada “Corte-de-nove-espadas”. Atualmente as escolas existentes não ensinam esse tipo de técnica.
_E o senhor foi aluno de seu avô adotivo?
_Sim, Rony. Ele me ensinou muita coisa, principalmente a não envenenar meu coração com sentimentos de vingança.
_Como assim?
_Meus pais foram mortos por Death Eaters quando eu tinha cinco anos. Meu avô me adotou e me treinou, ensinando-me a manter puros meu coração e meus objetivos, caso contrário é mais difícil para controlar e utilizar o Ki. O resultado é que, aos dez anos, eu recebi o grau de mestre. Quando fui para Hogwarts, continuei treinando em segredo, para manter a forma. Ficou muito melhor quando encontrei a Sala Precisa, pois pude treinar mais adequadamente.
_O treinamento é muito difícil? _ perguntou Jorge.
_Sim, Jorge, mas notei que bruxos têm uma grande facilidade para controlar o Ki quando treinados, o que facilita muito. Porém bruxos das Trevas, até onde sei, nunca conseguiram.
_Por que seria, Mason? _ perguntou o Sr.Weasley.
_Eu acredito, Arthur, que isso se deve ao fato de os seus corações não serem puros, estando envenenados com ódio e preconceito, inclusive desprezam as artes marciais, considerando-as “bobagens de trouxas”. Por isso teremos essa vantagem.
_Como “teremos”? _ Harry manifestou-se.
_Uma das razões da minha vinda é que devo ensinar vocês a controlar o Ki, bem como iniciar com fundamentos básicos de Ninjutsu. Dumbledore acredita que, com isso, teremos um trunfo contra aquelas serpentes e eu concordo com ele.
_Então, quando começaremos?
_Amanhã, após uma corridinha. Afinal de contas, Harry vai se chatear se não tiver companhia. Eu irei com ele.

Na manhã seguinte, ao retornar da corrida, Mason e Harry encontraram os outros no terreno dos fundos, todos com confortáveis abrigos. Harry alongou-se e entrou para um banho, enquanto Mason permaneceu. Tirou a camisa e começou a executar uma série de movimentos que deixaram todos curiosos.
_O que é isso? _ perguntou Gina.
Mason respondeu:
_Chama-se Kata. É uma seqüência de movimentos de ataque e defesa. É uma característica de estilos de Karate.
Enquanto Mason concluía seu Kata, os jovens perceberam as tatuagens no seu corpo: uma águia sobreposta a uma serpente no braço esquerdo, uma arraia-manta no direito e caracteres japoneses nas espáduas. Ele percebeu e explicou:
_Como tatuagem é uma coisa que fica para sempre, que até com feitiços é difícil de tirar, deve ser muito bem escolhida. A arraia é um peixe fantástico, pelo qual desenvolvi verdadeira fascinação depois de fazer um curso trouxa de mergulho, sem contar que sua carne é deliciosa. Na minha espádua direita, mandei tatuar caracteres que formam o meu apelido em Togakure: Tetsu-Ki, “Espírito de Aço” e, na esquerda, MeiYo: “Honra”. No braço esquerdo, homenageio meus pais. Minha mãe era da Corvinal e meu pai, por mais estranho que possa parecer a vocês, era da Sonserina.
_Realmente, soa meio estranho. _ disse Hermione.
_Meu pai sempre desprezou as artes das Trevas. Foi selecionado para a Sonserina por causa de algumas características, tais como: obstinação, perseverança, astúcia, etc as quais, normalmente, os seguidores de Slytherin utilizam para o mal. O fato é que meu pai não era dos mais populares em sua própria Casa. Na verdade, dava-se muito melhor com os da Corvinal. Foi onde conheceu minha mãe. Casaram-se uns cinco anos depois da formatura e logo eu estava vindo ao mundo.
_Sua mãe também praticava artes marciais?
_Sim, Srta. Weasley. Inclusive isso foi muito útil no Quadribol. Nenhum dos outros apanhadores tinha reflexos iguais. Com ela no time a Corvinal venceu por quatro anos seguidos. Chegou a receber propostas dos Wimbourne Wasps e da Seleção, mas preferiu se casar e administrar uma rede de academias de artes marciais, as quais herdei. Esta é a minha fachada para os trouxas e me permite bancar o playboy, como o proprietário das Academias Dragão de Prata.
_Renata Wigder? _ perguntou Hermione. _ O senhor é filho de Renata Wigder, a lenda do Quadribol? Há um capítulo sobre ela em “Hogwarts, uma História”.
_Sim. Wigder era o seu sobrenome de solteira. Nunca deixou de treinar e ensinou muito a meu pai, Hiram Mason. A prova disso é que, quando foram mortos, três Death Eaters nunca mais se levantaram e outros cinco ficaram bem arruinados.
_Devem ter resistido bravamente.
_Como dois leões. Bruxos das Trevas desprezam o combate corpo-a-corpo, como eu já disse. Então ficam em desvantagem, pois são muito dependentes da magia, pouco podendo fazer sem suas varinhas. Ora, aí está Harry.
_Perdi alguma coisa?
_Não, nós íamos começar agora. Bem, para começar a controlar o Ki, a mente deve estar limpa e tranqüila. A Oclumência ajuda bastante. Tentem visualizar como uma pequena esfera luminosa entre as suas mãos.
Todos começaram e, de repente, surgiram pequenas esferas de luz entre as mãos deles. A de Hermione era azul. As de Fred e Jorge amarelo-claras e idênticas. A de Rony era vermelho-vivo, como seus cabelos. A de Gina era de um rosa suave. Quanto a Harry...
_O que houve, Harry? _ perguntou Mason.
_Não sei, Sr. Mason. Por mais que eu tente, não consigo atingir o estado ideal. Sinto que estou perto, mas não alcanço.
Mason sentou-se em frente a Harry, encarou-o e disse:
_Você ainda está meio preso. Feche seus olhos. Agora pense no ar, na sensação de voar. Visualize seus problemas ficando no solo. Esqueça-se do medo, não há Death Eaters até onde você possa ver. Abandone a raiva, o rancor que Malfoy nutre por você. Esqueça-se do ódio por Voldemort e por Bellatrix Lestrange e, sobretudo, abandone a tristeza, a dor e qualquer sentimento de culpa quanto à morte de Sirius. Sua mente é plana e limpa, tal como o lago de Hogwarts, seja o lago, apenas espelhe a imagem que passa por você, alcance a paz.
Harry sentiu sua cabeça ficar cada vez mais leve, ficando mais relaxado e, paradoxalmente, alerta e consciente, até que viu formar-se um pequeno globo luminoso entre suas mãos, que foi crescendo até alcançar o tamanho de uma bola de tênis dourada, ante os olhos espantados dos amigos. Nenhum deles havia concentrado tanta energia.
_Muito bem, agora tentem expandir e contrair , depois mudar a forma dessa manifestação do Ki. _ orientou Mason, satisfeito com o progresso de todos. _ E agora tentem concentra-lo em volta das mãos, como se fosse uma aura.
Assim que todos obedeceram à sua última instrução, Mason pegou uma tora de lenha, chamou Gina e disse a ela:
_Soque essa tora, com força e não se assuste. Confie em si mesma.
Gina obedeceu e socou a tora de lenha, que se rachou em vários pedaços.
_Bela maneira de economizar um machado _ comentou Jorge.
_Também deve servir para fabricar palitos de dente. _ disse Fred.
_Sentiu alguma dor, Gina? _ perguntou Rony.
_Não, Rony, nenhuma dor. Mas como é possível? Rachei a tora e não senti nada.
_A aura formada pelo Ki aumentou sua força física e protegeu seu corpo de ser ferido. Você poderia derrubar uma parede, Gina, e sua mão sequer sairia arranhada. Agora quero que cada um pegue uma tora e faça o mesmo.
Todos pegaram toras e praticaram. As toras racharam-se em vários pedaços quer dizer, quase todas, pois as de Hermione e Harry transformaram-se em lascas.
_Falando em palitos de dente... _ Fred comentou admirado.
_Uau, Mione, eu não queria ser o seu adversário em uma luta para valer. _ ponderou Harry.
_Olha só quem fala. Sua tora também virou lascas.
Mason explicou:
_O Ki protege a integridade física e aumenta a força. Quando você atinge o seu alvo, a energia o atinge primeiro, impulsionada pelo punho, com os resultados que vocês viram. Pode ser canalizada para os pés, podendo ser usada para golpes ou para aumentar a impulsão, proporcionando saltos de alturas espetaculares, vejam só.
Mason saltou, utilizando o seu Ki e ,atingindo cerca de seis metros, executou um perfeito chute Ushiro-Kakato, retornando suavemente ao chão e caindo em Zenkutsu-Dachi ante os olhos espantados dos jovens.
_Eu me excedi na altura para provar o que dizia, mas vocês poderão saltar mais alto do que o normal. É bastante útil, principalmente para surpreender o adversário, que não estará esperando um gesto inusitado para padrões humanos. Tentem.
Eles tentaram e, facilmente, atingiram entre dois e três metros com pequenos impulsos. O Sr. Weasley observou da porta, de queixo caído.
_Derek, como é que pode?!
_Eu sei, Arthur. Também estou admirado pois eles conseguiram, em um dia, fazer algo que normalmente leva-se meses ou mesmo anos para conseguir. Devem ser os corações mais puros que já vi.
E assim os dias foram passando e, cerca de três semanas depois, uma coruja chegou à Toca com uma mensagem.
_Arthur, é do Ministério. _ disse Molly _ Querem que todos nós compareçamos esta noite, às 19:00 h, em traje a rigor.
_Mas para que, Molly?
_Aqui não explica a razão, Arthur, mas há uma nota pessoal de Fudge, dizendo: “Por favor, Arthur, Venham todos. É muito importante. Cornelius”.
_Se é assim, vamos lá. Trouxeram suas vestes a rigor, jovens?
_Sim, Sr. Weasley. A que horas sairemos? _ Perguntou Harry, bastante curioso pelos motivos da convocação.
_Poderemos sair em cima da hora. Vamos de pó de Flu.
Vendo a cara que Harry fazia, Hermione veio em seu socorro:
_Acho que tenho a solução para seu problema. Tome este comprimido.
_O que é isso? _ perguntou Rony.
_É Dramin-B6, um remédio trouxa para enjôos de mar. Comigo resolveu para as viagens de Flu. Até a hora de irmos ele deverá estar fazendo um bom efeito. Só não se deve tomar mais de um, pois pode provocar sonolência.
Harry tomou o comprimido e sentiu-se mais animado, imaginando que, finalmente, poderia fazer uma viagem com pó de Flu sem sentir todo aquele mal estar depois.
Às 18:45, estavam todos em frente à lareira, envergando suas vestes a rigor. Rony olhou para Harry e perguntou:
_Como conseguiu domar esse cabelo?
_O Sr. Mason me emprestou um pouco de gel.
_Às vezes, em ocasiões mais solenes, Tiago filava o meu gel, mas ele preferia seu cabelo arrepiado, dizia ser sua marca registrada.
_E era. Tanto que eu a recebi de herança.
Todos riram e se prepararam para a viagem. Harry pegou um punhado de pó, atirou-o na lareira e disse, claramente: “Ministério da Magia, Átrio”! As chamas verde-esmeralda rugiram e ele entrou. Sentiu-se deslocar rapidamente, mas sem a náusea e vertigem que sempre sentia. Então, de repente, a viagem terminou e ele saiu por uma das lareiras do corredor que ficava no Átrio do Ministério. Logo em seguida, pelas outras lareiras, os outros chegaram. Harry ficou satisfeito porque não estava se sentindo como um peru bêbado pronto para ser abatido. “Que bom. O remédio funcionou perfeitamente. Assim eu não vou pagar mico, todo cheio de vertigens”.
O Ministro da Magia, Cornelius Fudge, estava no corredor, à espera deles:
_Arthur, que bom que vocês receberam logo minha coruja. Olá, Harry. Esta noite vai ser muito importante para todos nós. Vamos descer ao Décimo Tribunal. Todos já estão à nossa espera.
_Décimo Tribunal? _ perguntou Arthur. _ Algum julgamento importante?
_Muito mais do que isso, Arthur. Você verá por si mesmo.
Desceram ao Décimo Tribunal, onde vários bruxos e bruxas, inclusive Dumbledore, já se encontravam, todos a rigor, ocupando os assentos. O Ministro chamou:
_Percy Weasley, ocupe seu lugar, por gentileza.
Assim que todos estavam em seus lugares, Fudge deu início aos trabalhos:
_Senhoras e senhores, nesta noite damos mais um passo em nossa guerra contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e suas forças, reabilitando um bruxo que, por quinze anos, sofreu injusta perseguição, tendo passado doze desses anos encarcerado em Azkaban. Hoje, graças a um ex-Death Eater que estava foragido e se entregou aos Aurores, temos a prova definitiva de que esse bruxo era inocente. Façam entrar a testemunha.
Dois Aurores saíram da sala e logo retornaram, ladeando um bruxo de cabelos brancos e barbicha, trajando vestes azuis surradas, já conhecido de todos. Eles o acompanharam até a cadeira dos réus onde, assim que ele se sentou, as correntes retiniram e enrolaram-se nos seus braços. Fudge então disse:
_O senhor tem a palavra e a atenção de toda a assistência. Queira repetir para nós, espontaneamente, o depoimento que lhe foi tomado em particular com Veritaserum, Sr. Igor Vassilievitch Karkaroff.
O ex-diretor da Escola de Magia de Durmstrang olhou para a platéia e, em voz baixa, porém bastante clara e audível, disse:
_Não tenho vergonha em dizer que me entreguei ao Ministério para garantir a minha vida. Minha cabeça está a prêmio entre os Death Eaters e, só sob a custódia do Ministério eu tenho alguma chance de sair vivo. Declarei anteriormente quem era o espião que, durante um ano, passava informações ao Lorde das Trevas e repito frente a essa audiência. Eu estava presente quando ele chegou e disse ter sido escolhido como Fiel do Segredo do paradeiro dos Potter, dois dos mais fiéis aliados de Dumbledore, que eram empecilhos aos planos do Lorde. Ele então revelou que os Potter estavam em uma das propriedades da família, em Godric’s Hollow. Naquela mesma noite, o Lorde das Trevas dirigiu-se à casa e, bem, o resto todos nós sabemos. Ele matou Tiago e Lílian e foi derrotado pelo pequeno Harry. Posso agora dizer quem foi o traidor dos Potter.
_E quem foi, Sr. Karkaroff?
_Peter Pettigrew, de apelido Wormtail. Posteriormente forjou a própria morte e incriminou Sirius Black. Com o passado da família Black, não foi difícil que todos acreditassem que Tiago e Lílian tivessem sido traídos pelo padrinho do seu próprio filho.
_E o senhor confirma seu depoimento, Sr. Karkaroff?
Sem dúvida, Sr. Ministro. Inclusive já assinei e já foi protocolado. Perante Deus e, em nome de Merlin, o que eu disse aqui é tudo verdade.
_Então, senhoras e senhores, em vista das provas apresentadas, só me resta, pelos poderes a mim concedidos pela Constituição dos Bruxos da Grã-Bretanha, considerar Sirius Black inocente das acusações que lhe foram imputadas e, postumamente, declara-lo reabilitado perante os povos mágicos da Grã-Bretanha e do mundo, devolvendo-lhe seus títulos e posses, a serem concedidos ao seu herdeiro legal que, na falta de descendentes diretos, vem a ser o jovem Sr. Harry Tiago Potter, seu afilhado e tutelado legal, residente à Rua dos Alfeneiros, número quatro, em Litlle Whinging, Surrey, Inglaterra. Com esse golpe de malhete eu, Cornelius Oswald Fudge, Ministro da Magia, dou por encerrada a presente Sessão Solene.
As correntes soltaram Karkaroff e ele foi conduzido de volta à cela, pelos Aurores Dawlish e Shacklebolt. Sentindo sede, pediu um pouco de água. Imediatamente, Shacklebolt conjurou um copo cheio para ele. Naquele exato momento, uma sensação semelhante a um arrepio foi sentida por Mason, Harry, Hermione e pelos quatro jovens Weasley e eles, a um só tempo, levantaram-se e gritaram: “KARKAROFF, NÃO BEBA!!!” Mas já era tarde. Ele havia tomado um bom gole. Enquanto andava, começou a sentir espasmos na garganta, como se algo o estivesse asfixiando. Imediatamente caiu ao solo. Percy gritou:
_Ajudem o homem, rápido!
_Meu Deus, ele está morto.
Amélia Bones percebeu uma coisa e, com sua voz trovejante alertou:
_Shacklebolt está fugindo, peguem-no!
_Aquele não é Shacklebolt. _ gritou Hermione. _ Não o deixem sair, pois fora do Tribunal ele poderá desaparatar.
Dois bruxos que guardavam as portas tentaram detê-lo, mas ele foi mais rápido e, gritando “ESTUPEFAÇA!”, incapacitou os dois. Nesse momento, ouviu-se um zunido e ele caiu. Prendendo suas pernas, via-se uma boleadeira. Mason aproximou-se e disse:
_Não é um Feitiço das Pernas Presas, mas acho que resolveu. Incarcerous! _ disse ele e, imediatamente, o bruxo com a aparência de Shacklebolt estava amarrado como um salame.
Dawlish ficou vigiando o suspeito, enquanto Mason aproximou-se do cadáver de Karkaroff, dizendo:
_Alguém vá procurar o verdadeiro Shacklebolt, enquanto tento descobrir o que foi que o matou.
Encontraram-no em um armário de vassouras, estuporado e amarrado. Dumbledore juntou-se a eles e o reanimou.
_Enervate! _ imediatamente ele abriu os olhos e disse:
_Ele entrou em minha sala com a minha aparência, há mais ou menos umas quatro horas e, enquanto eu fiquei surpreso, ele me estuporou. Acho que quer matar Karkaroff, se é que já não matou.
_Infelizmente já o matou _ disse Harry. O Sr. Mason está tentando descobrir com o que foi que o envenenaram.
_Já descobri. _ Mason vinha chegando e juntou-se aos outros _ Ele usou Acqua Tofana, um veneno muito em moda entre os trouxas, durante a Renascença. É incolor e praticamente indetectável, podendo ser adicionado a saladas ou bebidas sem despertar suspeitas. Nesse caso o impostor conjurou um copo de água contendo uma boa dose de Acqua Tofana. Karkaroff não teve nem tempo de pedir socorro.
_Mas se Karkaroff já havia confessado, por que mata-lo?
_Como exemplo ou, talvez, queima de arquivo _ sugeriu Hermione _ Talvez ele tivesse alguma outra informação que Voldemort (e não se importou com os arrepios e caretas à menção daquele nome) não quisesse que fosse revelada.
_Vamos ver quem é ele _ disse Fudge. E, sacando sua própria varinha, o Ministro apontou-a para o impostor e disse: “Revertere ad Forma Tua”! Nada aconteceu. _ Se ele não está usando uma Transfiguração Completa, só pode ter tomado Poção Polissuco. Vamos aguardar que o efeito passe e veremos seu verdadeiro rosto.
Passados uns vinte minutos, a aparência do sujeito amarrado começou a mudar, diminuindo de tamanho e transformando-se em...
_Carpenter! Phillip Carpenter, do Departamento de Esportes Mágicos! _ exclamou Fudge. Por que? Diga para nós, por que juntou-se aos Death Eaters?
Carpenter apenas sorriu e disse:
_Jamais me forçarão a trair o Lorde das Trevas. _ e, contraindo os maxilares, engoliu alguma coisa. Imediatamente seu rosto se contraiu e sua cabeça pendeu para o lado.
_Meu Deus! _ exclamou a Sra. Weasley _ também está morto!
_Dente falso com veneno _ explicou Mason _ vamos ver qual é. _ e, tocando o dente falso com um instrumento, olhou para um pequeno mostrador no painel dele e disse: _ Saxitoxina. Um veneno existente em certos moluscos. Rápido e mortal em cem por cento dos casos. Acho que os Death Eaters têm um especialista em venenos exóticos.
Fred cochichou para Jorge:
_Sei que não é o momento mais apropriado mas, se Shacklebolt é careca, de onde o impostor tirou cabelos para a Poção Polissuco?
Hermione, que havia ouvido, disse:
_Tem razão, Fred, não é o momento. Melhor não pensar muito (Eca!) nisso.
Levantando a manga esquerda das vestes do cadáver, Gina exclamou:
_Veja, papai!
_Por Merlin! A Marca Negra. Ele realmente é um Death Eater!
Dumbledore discretamente perguntou a Harry:
_Como é que vocês sabiam que não era Shacklebolt?
_Convivemos com Shacklebolt durante boa parte do ano passado. Quando o impostor ofereceu a água envenenada para Karkaroff, sentimos que o Ki dele vibrava de uma maneira diferente. Daí concluímos que não era ele. Infelizmente foi tarde demais. Por mais que eu não gostasse de Karkaroff, ninguém merece morrer assim.
_Então vocês foram bem orientados por Mason, como eu já esperava. _ e, virando-se para Fudge, disse _ Cornelius, agora você está vendo que eu tinha razão. A guerra começou e acabamos de presenciar as primeiras baixas.